SFA 2017: O que eles disseram... (1)
Do Grande Prêmio: Gênio ou louco? Dez
pilotos e dez opiniões sobre a aventura de Alonso nas 500 Milhas de
Indianápolis
Dez perfis distintos de competidores, dez
opiniões que levantam pontos importantes sobre a decisão do asturiano.
Damon Hill, campeão da F1 em 1996:
“Decisões como esta é que fazem de Alonso
uma figura tão interessante: que ele tenha se preparado, que não tenha medo de
se arriscar, de fazer algo diferente. Se ele não consegue mais ser feliz aqui
na F1, então tem mesmo que ir procurar isso em outros lugares. Admiro ele por
isso.”
Felipe Massa, 255 GPs na F1, companheiro de
Alonso na Ferrari entre 2010 e 2013:
“Acho que perder o GP de Mônaco não é
certo, de nenhuma maneira. Ele está correndo na maior categoria de mundo, para
uma equipe grande... E daí deixa de correr em Mônaco para disputar outro
campeonato? Não acho certo. Mas por outro lado, eu respeito ele pelo que está
fazendo. É uma corrida completamente nova para ele, muito desafiadora. Sempre
respeitamos quando um piloto do mais alto nível começa do zero. Vou torcer por
ele, com certeza.”
David Coulthard, ex-piloto de F1 (246 GPs,
13 vitórias entre 1994 e 2008):
“É uma grande história, sem dúvidas:
Fernando Alonso em uma aventura pela América. Vale lembrar que a McLaren também
tem uma história por lá. Acho que ele tem chances inclusive de vencer, o que
seria incrível. Mas a questão é que, neste caso, a ida dele é uma consequência
direta da falta de desempenho do time e dos problemas enfrentados pela Honda.”
Anthony Davidson, ex-piloto de F1 (24 GPs)
e líder do WEC 2017:
“Pra mim, que agora estou fora da F1, é
algo bastante claro: há outras categorias legais por aí e a Indy 500 é uma das
maiores corridas do mundo, uma das mais respeitadas. É difícil ver um piloto
dos tempos atuais tentando conseguir a tríplice coroa [Le Mans, Mônaco e Indy
500], e é isso que ele deve tentar. Se você está em um carro pouco competitivo,
então por que não? É importante, como piloto, a sensação de poder vencer. E um
piloto como ele vive de vitórias, e aqui na F1 elas estão muito distantes.”
Christian Danner, ex-piloto de F1 (36 GPs)
e Indy (19 GPs):
“Eu corri na Indy e sei bem como são as
coisas por lá. Será uma grande experiência para ele. Espero que não aconteça
nenhum acidente, porque não é muito divertido bater por lá... Vai ser uma parte
importante da vida dele como piloto, porque correr na Indy enriquece muito a
carreira de um piloto, é melhor do que ficar apenas na F1. Mas a vida na Indy é
difícil! E o problema nem é tanto a adaptação, porque isso dá pra aprender: a
questão é que a influência da sorte nos circuitos ovais é muito grande. Por
isso, alguns dos melhores pilotos em ovais não vencem, e outros que são comuns
acabam vencendo.”
Pastor Maldonado, piloto de F1 entre 2011 e
2015, 95 GPs e uma vitória:
“Espetacular! É uma das corridas mais
importantes do automobilismo e estar lá é um privilégio. Ele vai estar em uma
equipe muito boa e tem que aproveitar esse momento, preparar-se para isso da
melhor forma possível. Sabemos que a Indy é difícil, mas, seja qual for o
resultado, o que ele tem que fazer é viver ao máximo esse momento. É difícil
até para nós, pilotos, imaginarmos o quão especial é essa corrida.”
Sergio Pérez, piloto da Force India, 118 GPs
na F1:
“Eu não faria o que ele fez, nunca perderia
o GP de Mônaco para estar em outra corrida. Mas, por outro lado, é um objetivo
interessante poder correr as 500 Milhas de Indianápolis. Eu tenho vontade de um
dia correr na Indy, e também de correr em Le Mans, mas sem precisar perder
Mônaco.”
Pedro de la Rosa, ex-piloto de F1, 104 GPs
entre 1999 e 2012:
“É uma decisão muito boa para ele, porque
mantém o ânimo e a sensação de sentir que pode brigar por vitórias. É uma
corrida histórica, mítica, e para quem gosta de ovais, ótima; eu pessoalmente
não gosto, mas enfim... Mas, para Alonso, é uma oportunidade única diante da
situação atual. Se ele vencer, será fantástico; mas se não vencer, também terá
valido a pena.”
Esteban Ocon, piloto da Force India, 14 GPs
na F1:
“Fernando não tem que provar mais nada para
ninguém na F1. Todos sabemos que ele é um dos melhores pilotos do grid e acho
que, depois que você ganha dois campeonatos, os alvos passam a ser outros,
tanto na vida quanto nas competições. Eu faria a mesma coisa se tivesse na
mesma situação dele. Eu gostaria de correr em Indianápolis, também. Mas ainda
não cheguei no nível de Alonso, então no momento me concentro apenas na F1.”
Fernando Alonso, ele mesmo: o bicampeão que
trocou Mônaco pela Indy 500:
“Vou correr uma das maiores e mais
importantes provas do mundo. Não lamento em nada estar ausente em Mônaco. Hoje,
há pelo menos seis carros — dois da Mercedes, dois da Ferrari e dois da Red
Bull — que estão completamente inalcançáveis para nós, pelo menos nas próximas
corridas. Então eu vou pra Mônaco para, no máximo, lutar pra ficar em sétimo?
Não, obrigado.”
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#enquantoissoalonsoestava...
Bjuss, Tati
Comentários
Massa nunca conta como opinião.
E Massa... Ai, Massa...
Enfim, foi uma experiência válida. E daí que perdeu Mônaco? Tá certo que é uma corrida importante, mas venhamos e convenhamos, na situação atual, é como ele diz: "brigar para ser no máximo sétimo" (e nem isso, nas condições da McLaren na época... Agora já dá pra isso, com um pouco de sorte...).
Talita Regis