Vivemos para ver Bernie Ecclestone sair vivo da F1

Liberty Media abre nova era e determina saída de Ecclestone do comando da F1 após quase 40 anos

Definitivamente, a F1 viverá uma nova era em 2017. Dentro das pistas, a categoria que é considerada o ápice do automobilismo terá grandes mudanças com a adoção de um novo regulamento técnico, que promete entregar carros mais rápidos e agressivos e também busca tornar o esporte mais emocionante e imprevisível. Mas os rumos do Mundial não vão mudar apenas na esfera esportiva. Isso porque, depois de quase 40 anos, Bernie Ecclestone vai deixar o comando da F1. A confirmação foi feita pelo próprio dirigente em entrevista publicada pela revista alemã 'Auto Motor und Sport'.

O britânico, que chegou a disputar provas da categoria, se notabilizou mesmo pelo seu tino para os negócios. Ex-chefe de equipe da Brabham, Ecclestone deu o pulo do gato e se tornou proprietário dos direitos de transmissão da F1 a partir de 1978, se tornando executivo-chefe da antiga FOCA (Associação dos Construtores da F1), adquirindo muita influência e poder. Mas tudo começou a mudar com a chegada do Liberty Media, gigante conglomerado norte-americano, como acionista majoritário da F1. E foi a empresa, que teve o aval da FIA para concretizar a compra da F1, quem determinou o começo de uma nova era no esporte, oficializada pelo próprio dirigente neste segunda-feira (23).

“Fui deposto hoje. Vou embora, isso é oficial. Não dirijo mais a empresa. Minha posição foi assumida por Chase Carey”, declarou Ecclestone em fala divulgada pela revista alemã ‘Auto Motor und Sport’. “Meus dias no escritório estão ficando um pouco mais calmos agora. Aidna tenho um monte de amigos na F1. E eu ainda tenho dinheiro suficiente para poder pagar uma visita a uma corrida”, acrescentou o britânico, que vai assumir uma função simbólica de presidente honorário.

“Minha nova posição é agora uma expressão americana. Uma espécie de presidente honorário. Vou assumir esse título sem saber ao certo o que significa”, disse.

Neste primeiro momento, o presidente do Liberty Media, Chase Carey, vai acumular a função com a de diretor-executivo da F1.

As notícias a respeito do possível afastamento de Ecclestone da chefia da F1 começaram desde quando surgiram os primeiros rumores sobre a venda do esporte para o Liberty Media justamente pelas partes adotarem filosofias bem distintas para a categoria.

 Empresário genial, sagaz e que se destacou por ser um homem incansável, com sede de trabalho e de dinheiro, Bernie, ao mesmo tempo, tem um perfil muito centralizador. Admirador do regime ditatorial, Ecclestone começou a perder terreno quando as equipes e a FIA passaram a ter um poder de decisão maior. Prova disso, por exemplo, foi a derrota de Bernie quanto ao regulamento dos motores híbridos turbo. O dirigente sempre se mostrou um crítico contumaz das novas unidades motrizes que passaram a vigorar desde 2014.

Mesmo assim, Ecclestone sempre deixou claro que jamais teve a intenção de se aposentar da chefia da F1. Casado com a advogada brasileira Fabiana Flosi e dono de uma fazenda de café em Amparo, interior de São Paulo, Bernie, em momento algum, se mostrou inclinado a ter uma vida pacata. Ao contrário. O universo de poder, dinheiro e status que a F1 oferece nunca deixou de ser uma prioridade para Ecclestone, que jamais se viu fora deste mundo mesmo com uma idade bastante avançada.


Com nova filosofia e uma estrutura renovada, o Liberty Media pretende descentralizar o comando da F1. De perfil ditatorial e com poder tanto nas esferas comercial como esportiva, Bernie Ecclestone sai de cena para ser substituído neste momento pelo presidente do Liberty Media, Chase Carey. Contudo, conforme noticiou a emissora britânica Sky Sports, Sean Bratches, ex-executivo da ESPN, deve ser o escolhido para chefiar os direitos comerciais da categoria.

No campo esportivo, ninguém menos que Ross Brawn, nome que já vinha sendo ventilado há tempos, deverá ser o novo comandante da F1, também informa a emissora Sky Sports. Brawn, com passagens de destaque pela Benetton, Ferrari e Mercedes, além de ter sido campeão mundial pela sua própria equipe em 2009, tem bom trânsito na F1 e tem um perfil mais flexível e mais aberto às novas tecnologias em relação a Bernie, estando assim bem alinhado ao discurso do Liberty Media.

A mentalidade norte-americana do Liberty Media deve tornar a F1, de origem europeia, um evento ainda maior e ampliar seu alcance nas plataformas digitais, algo que Bernie Ecclestone sempre se opôs. Apenas nos últimos tempos, com muita defasagem para esportes como a MotoGP e a própria F-E, por exemplo, é que a F1 ‘acordou’ e passou a trabalhar nas redes sociais com uma eficiência maior, mas ainda precisa melhorar muito.

 Um dos desejos do novo dono da F1 é fazer com que as equipes do grid também façam parte do controle acionário do esporte, também aumentando assim o poder de decisão dos rumos do esporte, algo que Bernie jamais concordou. Sem a influência do homem mais influente da história da F1, certamente o Liberty Media terá uma flexibilidade maior para impor sua nova filosofia e implementar, de vez, uma nova era na principal categoria do esporte a motor.

Seja com novos formatos de competição, novos personagens e distribuição mais justa do dinheiro, a perspectiva indica uma F1 menos ‘engessada’ no futuro. Ganham os artistas do espetáculo, ganham as empresas que investem pesado no esporte, ganham também os fãs, que aguardam com expectativa pela nova era na F1 pós-Bernie Ecclestone.

Fonte: Grande Prêmio

Caramba!

Hoje cedo li matéria do Nico falando que seria bacana e tal por conta da renovação. Ma cá entre nós? Quem pensa na F1 hoje sem tio Bernie?
 
Bernie é um ser que bem... nós sabemos... Porém, no meu pensar, a F1 não teria chego onde chegou e talvez nem existiria até hoje sem ele. O cara é um monstro (em vários sentidos) e conseguiu levar o troço a um nível que os clubes automobilísticos que tinham o comando antes jamais conseguiriam.

Vamos ver como esses Americanos farão. Eu, agora, neste momento, torço meu nariz porque sou dessas - veja bem! Eu!!! Euzinha, Lu! - que não gosta muito das mudanças até ver elas funcionando. Sou bem tiaizinha resmunguenta.

Não torço pelo pior nunca, mas taurina fico meio assim num primeiro momento.

Vamos ver.

Vivemos para ver Bernie Ecclestone sair vivo da F1.

By Lu

Comentários

Kyna disse…
caramba, f1 2017 será cruel de assistir...
sem nico e jenson.
mclaren sem dennis não é mais mclaren
f1 sem ecclestone não é f1

to sentindo que a f1 vai acabar sendo uma indy world edition...
#medoMUITOmedo
joaoleopires disse…
O seu reinado chegou ao fim, acredito que toda mudança seja bem-vinda desde que cause evolução e melhorias.
Bernie foi importantíssimo para a F1, não podemos esquecer nunca, mas os novos ares eram necessários para a categoria não se desgastar!

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