Um sonho chamado 24 Horas Le Mans

Automobilismo: Empresário lança crowdfunding para montar equipe brasileira nas 24 Horas de Le Mans

Em parceria com ex-engenheiro da lendária prova francesa e da Fórmula 1, brasileiro Patrick Choate busca apoiadores para ter time 100% nacional nas 24 Horas de Le Mans de 2016

Um sonho: construir um carro de fibra de carbono. Para muitos, algo impossível. Mas foi o entusiasmo e a paixão que levaram o empresário brasileiro Patrick Choate, de 33 anos, a buscar tornar esse sonho realidade. Em parceria com o engenheiro francês Nicolas Perrin - que já trabalhou em uma das equipes das 24 Horas de Le Mans e na escuderia Williams de F-1 - e com o publicitário João Paulo Testa, Choate lançou recentemente o projeto Brazil Le Mans Team, o primeiro crowdfunding (financiamento coletivo) em prol de um projeto automobilístico brasileiro.

O objetivo é montar a primeira equipe 100% brasileira para disputar a lendária 24 Horas de Le Mans em 2016, quando a prova completa sua edição de número 84. Pilotos, chefe de equipe, mecânicos, engenheiros, todos brasileiros trabalhando com um protótipo hibrido na categoria LMP1.

A primeira parte do projeto para 2015 prevê a construção, homologação e testes com o carro. No ano seguinte, terá início os testes e preparativos para a corrida, que será disputada em junho. O link para doações já está no ar (https://www.indiegogo.com/projects/brazil-le-mans-team), com a possibilidade de doar de 1 dólar até 2 milhões de dólares. Cada quantia dá direito a uma experiência envolvendo a equipe, como ter o seu nome na carenagem do carro (5 dólares).

O sonho de construir um carro de fibra de carbono sempre acompanhou Choate, que em 2005 montou uma empresa de compósitos, fornecendo estes componentes para os aviões da Embraer e helicópteros da Helibras. O sonho começou a se tornar realidade quando o empresário conheceu Perrin. O engenheiro é fundador da Perrinn.com, uma plataforma online, onde ele disponibiliza o projeto de seus carros para download para qualquer pessoa, de forma gratuita.

"Na primeira vez que li sobre o projeto do Perrin, senti que estava ali a realização do meu sonho", conta Choate. "Mas, como não tínhamos a verba para viabilizar o projeto, surgiu a ideia do crowdfunding e a Indiegogo nos ajudou a colocar este sonho em uma nova perspectiva e tudo começou a fazer sentido, quando entendemos que preço e valor são duas coisas diferentes", explica o empresário.

"Para manter nosso sonho vivo, dividimos o projeto em dois estágios. O primeiro deles, em 2015, prevê a construção, homologação e teste do carro. E, para isso, precisamos de US$ 2.230.000,00. Em 2016, o carro segue a preparação e testes e, em junho, disputamos as 24 Horas de Le Mans, onde precisaremos de mais US$ 3.560.000,00. Sabemos das dificuldades que teremos pela frente, mas somos movidos a paixão, entusiasmo, energia e experiência. E não vamos desistir facilmente", completa Choate.

Para conhecer mais detalhes sobre o projeto, acesse: http://www.brazillemansteam.com/

Fonte: FGCom

Como vocês perceberam com o texto acima, estamos falando de um projeto do empresário brasileiro Patrick Choate em parceria com Nicolas Perrin, engenheiro francês que já teve passagem pela F1.

Choate dedicou um tempinho para falar com a gente sobre esta empreitada de tentar levar uma equipe totalmente brasileira para disputar as 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais tradicionais do automobilismo mundial.

Confira abaixo o que conversamos.
Com Emerson Fittipaldi - arquivo pessoal

1. Patrick, fale-nos um pouco sobre em que fase está o seu projeto com Nicolas Perrin, visando a montagem da primeira equipe brasileira para disputa das 24 Horas de Le Mans? 
Primeiro eu queria agradecer a possibilidade de estar aqui falando com vocês, admiro muito o trabalho da equipe do Octeto, e fiz questão junto a Fe (a nossa assessora de imprensa), de entrar em contato e falar mais a respeito do Brazil Le Mans Team (BLMT). Pois bem, a fase de projeto do carro, após 4 anos, está pronta, e foi 100% de responsabilidade do Nicolas – ele esteve investindo o tempo e dinheiro dele nestes últimos 4 anos fazendo o projeto e até o momento não colocou um centavo no bolso em consequência deste projeto, não houve nesta fase, o meu envolvimento, eu entrei no estágio aonde o Nicolas (sem recursos) buscava parceiros para construir, homologar e testar o carro (2015) e eventualmente correr (2016) – foi aí que nasceu a ideia de levantar fundos; e o caminho mais natural e óbvio, foi seguir a mesma linha de como o projeto foi feito – através do opensource; e tentar levantar a verba através do crowdfunding. 

2. Este desejo de disputar as 24 Horas de Le Mans vem de onde? 
Este desejo vem não apenas de disputar as 24 Horas de Le Mans, mas sim de ser a primeira equipe Brasileira a disputar esta emblemática corrida, e este desejo foi inspirado por outros Brasileiros que tiveram iniciativas parecidas: Emerson Fittipaldi com Copersucar, Fernando Paiva com a A1 GP e mais recentemente o Antonio Hermann na GT Series. 

3. Quais são as metas de vocês para 2015 e o quão perto vocês estão de alcançá-las? 
As metas são construir e homologar o chassis número zero e depois testá-lo, para isso são necessários um pouco mais de dois milhões de dólares, e para levantar esta verba um dos caminhos que optamos foi o crowdfunding, nesta plataforma o investimento ainda é muito incipiente e está em menos de 1% da meta, porém estamos conversando com investidores institucionais que podem nos ajudar com verbas que chegam a quase 1/3 do montante total, com isso acordado iremos iniciar 2015 trabalhando na construção do chassis #0. 

4. Tirando a questão financeira, que obviamente é importantíssima para que o projeto saia do papel, o que você apontaria como outro fator fundamental para que o carro de vocês esteja no grid das 24 Horas de Le Mans em 2016? 
O apoio dos fãs, e eu não digo financeiro, eu digo emocional, pessoas que sonham como nós e conosco. 

5. Como você vê o interesse do público brasileiro com relação às 24 Horas de Le Mans e ao seu projeto?
Eu sou esperançoso e eu acredito que o automobilismo brasileiro tem futuro, porém precisamos de iniciativas como esta, e acredito também que o público seja proativo, porém na primeira semana de projeto, ainda está cedo para dizer se o público brasileiro está sonhando conosco. 

6. Como foi o seu primeiro contato com Nicolas Perrin? 
Com Bruno Senna - arquivo pessoal
Eu era membro do perrinnmyteam.com e recebia o seu newsletter, falamos por email, e depois falamos inúmeras vezes por Skype. 

7. Qual recado você deixaria para os interessados em ajudar neste projeto? 
Eu diria que não adianta criticar o atual regime da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), não adianta criticar os nossos pilotos, não adianta criticar as categorias de base, não adianta criticar a falta de apoio aos kartistas e às categorias de base, esta é a oportunidade que temos de fazer um automobilismo diferente e melhor, mostrando para o mundo o que nos brasileiros somos capazes se trabalharmos de forma coletiva. 

********

Bom pessoal (em especial a galera que curte endurance) espero que tenham gostado do nosso papo com Patrick Choate.

Nós do Octeto queremos desejar a ele sucesso neste projeto e agradecemos pela atenção e confiança em nosso espaço. 

Beijinhos, Ludy

Comentários

Alex disse…
virou moda agora...

Ei precisamos de grana para correr, vem ajudar a gente...

Não acho esse o caminho e nem vejo como isso pode promover o automobilismo nacional..

Melhor nem comentar sobre que acho realmente disso...

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