Octeto Entrevista: Vanessa Santos

Última quarta-feira do mês, portanto, dia de termos um entrevistado aqui no blog. E a nossa convidada é uma fã de Fernando Alonso, já que o octete está em sua semana especial aqui no blog.

Curtam a entrevista da Vanessa que ficou bem bacana! #Enjoyit


1. Quem é Vanessa? O que ela faz ou está fazendo no momento?! Fale-nos um pouco sobre você.
Vanessa é uma psicóloga, escritora e professora de inglês de 25 anos, moradora do Rio de Janeiro. No momento, estou trabalhando apenas como professora de inglês e preparando um livro novo, mas pretendo começar um Mestrado em Psicanálise em breve. No lado escritora, escrevo ficção, principalmente suspense e fantasia.

2. Quando sua vida e o automobilismo se encontraram?
Foi lá pelo ano 2000, num belo domingo em que estava na casa da minha tia e acordei com os meus primos na sala vibrando loucamente com algo na TV. Quis saber o que era e eles me explicaram que era a Fórmula 1 e que torciam para o piloto brasileiro, Barrichello. Eu gostei do negócio e nunca mais parei de ver, mas algo interessante aconteceu: eu também gostei muito daquele piloto chamado Michael Schumacher, mais do que do brasileiro, e passei a torcer por ele.

3. O seu piloto favorito é Fernando Alonso. Como e quando começou sua admiração pelo espanhol?
Quando ele começou a ganhar do meu outro piloto favorito. De repente, Alonso estava lutando de igual para igual com Michael. Virou uma relação de amor e ódio, eu torcia por Schumi, odiava quando Alonso ganhava, mas não conseguia deixar de reconhecer que ele era especial. As pessoas falam da rivalidade de Schumi e Senna, de Schumi e Mika Hakkinen, mas sinceramente, para mim o grande rival de Schumi foi Alonso. E aquele talento absurdo que está lá até hoje, a coragem e a ousadia foi o que me fez admirá-lo pela primeira vez.

4. Mulheres e automobilismo: você acha que esta combinação funciona? A presença das garotas é grande, seja como jornalistas especializadas, dirigentes, engenheiras, blogueiras e torcedoras. O que você acha desta visão feminina sobre o esporte?
Acho que a Fórmula 1 está, felizmente, alcançando as mudanças na própria sociedade no que diz respeito à inclusão das mulheres. Sempre houve mulheres que gostassem de F1 e que entendessem muito do assunto, mas agora estamos conseguindo, à duras penas, nosso direito de fazer parte deste espaço. A combinação “mulheres e automobilismo” funciona e muito bem. A visão feminina sobre o esporte só vem para enriquecer, para acrescentar e diversificar.

5. O fato de ser mulher e curtir um esporte predominantemente masculino já fez com que você fosse vítima de algum tipo de preconceito?
Com certeza, muitas vezes. E o mais engraçado é que eu sofro mais preconceito de outras mulheres, inclusive de amigas minhas, que não entendem como eu posso gostar “desse negócio, isso é muito chato” e reagem com certo desprezo, riem da minha paixão pela Fórmula 1. A maioria dos homens, por outro lado, apenas se surpreende quando digo que gosto, mas acham super legal e logo começam a conversar comigo sobre o assunto, de fã para fã.

6. Uma pergunta delicada agora. Como tem sido para você, que é fã de Michael Schumacher, vivenciar todo este drama envolvendo o heptacampeão mundial desde o acidente que ele sofreu em dezembro de 2013?
Às vezes eu paro e fico pensando se tudo isso é real. Não parece real. Michael sempre significou muito para mim, mais do que um piloto, uma inspiração, um símbolo de paixão, dedicação, força de vontade, alguém que sempre se doou de corpo e alma a este esporte e se tornou o maior à custa de muito trabalho e luta, além do talento. O homem invencível, o homem que nunca parava, derrubado por uma pedrinha ridícula numa montanha. É muito difícil vê-lo assim, mais ainda com as notícias recentes de que ele está paralisado, que se comunica com os olhos. Dizem que ele está fazendo progressos constantes, que esta condição não é permanente, mas me parece tão injusto e cruel com alguém como Michael. O pior disso tudo é a angústia que nós, os fãs, passamos, tanto tempo sem notícias, ainda sem saber como ele está realmente, que torna tudo ainda mais difícil.

7. Quando Michael Schumacher ainda corria, qual foi o melhor e o pior momento que você passou como fã do alemão?
Torcer pelo Michael sempre foi garantia de muitas emoções, momentos incríveis em seus tempos de glória na Ferrari, momentos infernais na Mercedes. Mas o melhor e o pior momento que eu vivi como fã são o mesmo: sua corrida de despedida em Interlagos, 2012. Foi o melhor porque eu pude estar lá para vê-lo correr ao vivo pela primeira vez, e ele deu um show em sua última corrida, na chuva, largando em 14º, parando quatro vezes, sofrendo com pneu furado, com um carro ruim, e ainda assim conseguiu chegar em 7º, seu número de sorte. Foi uma emoção indescritível para mim poder vê-lo passar no Desfile dos Pilotos e acenar para a minha arquibancada. Mas também foi o pior momento, a dor de saber que aquela despedida era final, que não tinha mais volta, que ele nunca mais correria e que tudo estava terminando naqueles três anos tão ruins que em nada tinham a ver com o que Michael realmente era e merecia como piloto. Eu queria que ele ficasse, que ganhasse mais uma vez.

8. Fórmula 1 para você é... uma das muitas paixões humanas.

9. Além da F1, você curte alguma outra categoria do automobilismo?
Na verdade, não. Nunca consegui me interessar realmente por nenhuma outra categoria, apesar de achar a Fórmula Truck uma coisa bem legal de se ver. Apenas não acompanho.

10. Como você administra o preconceito que recebemos sempre que dizemos que ainda que sejamos brasileiras, torcemos por um piloto estrangeiro?
Quando alguém questiona ou critica minha escolha de pilotos, eu explico que torço pelo piloto, por aquele que acho o melhor, que mais admiro, e não por sua nacionalidade, mas acabo ficando muito irritada porque alguns simplesmente não entendem como eu posso torcer por um piloto que não seja brasileiro. Então prefiro me retirar rapidamente deste tipo de conversa.


11. Agora um momento mulherzinha (rsrsrs): monte o seu TOP 5 dos pilotos mais sexy do automobilismo.
1º Alonso (Always and forevah, pure seduction)
2º Hamilton (Guilty pleasure. Não gosto da atitude dele como piloto, mas eu o acho freaking sexy.)
3º Räikkönen
4º Button
5º Rosberg (porque não dá pra ignorar, né?)


12. Como você conheceu o Octeto Racing Team? Aliás, você já sabia da existência do blog quando nos conheceu pessoalmente em Interlagos 2012? 
Conheci realmente o Octeto quando conheci vocês pessoalmente. Eu já tinha visto vários blogs e quando vi a camisa de vocês com o nome do Octeto eu o reconheci, mas não tinha o costume de visitar porque nunca fui de acompanhar muito as notícias na internet, tinha começado a fazer isso não fazia muito tempo e acessava regularmente só um ou outro site. Continuo assim até hoje, só que agora acesso também o ORT (rsrs...). 

13. Somos personalidades diferentes aqui no ORT. Juntas, personalizamos o blog. Como você enxerga cada uma das “diretoras da equipe” mais louca do mundo do automobilismo? 
Vejo uma palavra comum a vocês três que dá ao blog o seu tom principal, em minha opinião: passional. Cada uma tem seu jeito, a Ludy com suas opiniões mais ácidas e agressivas, a Tati com sua forma mais sarcástica de opinar, e a Lu sempre brincalhona, o “comic relief” do blog. E quando digo “passional” não falo de “descontrole emocional”, mas de “paixão” mesmo, dedicação total a seus pilotos, comprometimento com o blog e sua proposta, intensidade em opiniões, críticas e elogios. 

14. Estamos há quase 7 anos na blogosfera, se você pudesse definir o Octeto em 7 palavras, quais seriam elas?
Passional, dinâmico, original, forte, inteligente, honesto, único. 

15. O que você acha que o blog do Octeto trouxe de diferente para a sua forma de ver o automobilismo? 
Acessar o Octeto me trouxe o hábito de acompanhar e pensar os bastidores e as relações de poder no automobilismo de forma mais ativa e frequente, e mais do que isso, me fez sentir menos “forever alone” na minha paixão pela F1. Conheci pessoas, mulheres, que gostam do que eu gosto, que tem uma forma de pensar parecida com a minha, com quem eu posso debater e dividir sobre o esporte. 

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Vanessa querida, muito aobrigada por participar. Adorei a sua entrevista. Valeu mesmo!!!! 

Beijinhos, Ludy

Comentários

PH Miniaturas disse…
É bom ver as meninas ganhando mais espaço nesse universo predominantemente masculino do automobilismo - e não apenas como grid girls.

É por isso que desde 5 anos atrás continuo lendo o blog de vocês.

Força ORT! Abraço do Strider.
Vanessa Santos disse…
Obrigada por me convidarem, gente, fiquei super feliz em participar! :D E ainda adorei a foto de Alonso e Schumi se cumprimentando! ^^

Confesso que andei bem desanimada com a F1 nesta temporada, sem vontade até de assistir os GPs, mas depois dessa corrida na Hungria dei uma animada. (Alonso, cof, cof, Alonso)

Bjsss!
Julie disse…
Vanessa, you were awesome!rsrrss Adorei ter conhecido você em Interlagos, você é muito alto astral!
Ah, e quando o livro novo sair, não esqueça de me avisar! hehehehe

Bjusss
Julie

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