Coluna "O que elas pensam?" by Ludy


Olá gente!!!! Demorei, mas cheguei com o meu texto para a coluna "O que elas pensam?". Espero que curtam. E aproveito para convidar a todos para lerem nossos textos publicados durante o ano. Caso não tenham lido é só clicar neste link.


"Só sentindo..." by Ludy Coimbra

Estávamos eu, Tatiana e nossa mãe Maria Helena na fila do check-in no dia 26, em Congonhas, nos preparando para voltarmos para casa, quando vi a placa acima. Na hora tirei a foto e pensei, será o tema da minha próxima coluna para “O que elas pensam?” 

Quem acompanha este blog sabe da minha relação de amor e ódio com a F1. Na época de Jacques a internet não era nem de longe o que é hoje, eu vivia em um mundo só meu, tinha alguns amigos próximos que curtiam (a Lu só veio em 2005), mas ainda era tudo muito solitário porque a Tati ainda não era ligada como hoje. 

Mas daí vieram Alonso, Kimi, logo depois o Octeto e tudo se transformou. Esta paixão que era solitária transformou-se em algo compartilhado, fui fazendo amigos, descobrindo coisas novas, aprendendo ainda mais do que já tinha feito quando era apenas uma adolescente que virava madrugadas para acompanhar um canadense atrevido. #saudades 

E com o passar dos anos, fui vivenciando emoções diversas com relação à F1. Como disse, uma relação de amor e ódio. Amor pelos títulos dos nossos octetes (em especial os de Jacques e Kimi), pelos sonhos realizados (de conhecer pessoalmente meus pilotos preferidos), de amigos conquistados, pelo nascimento e consolidação deste blog, mas também de ódio, pelas tristezas, decepções e cicatrizes que este esporte me causou. 

Porém, acredito que esta dualidade só acontece porque a F1 causa em mim sentimentos que só quem a curte como eu irá entender. É um esporte cruel, individualista (apesar de se competir por equipes), de raríssimas segundas chances, mas que causa na gente algo simplesmente indescritível quando a vemos ao vivo ou a acompanhamos 365 dias do ano. 

Nada pode superar o momento de uma largada (pela TV ou ao vivo), nada consegue descrever a sensação de orgulho que temos quando vemos nosso piloto ou equipe prediletos no lugar mais alto do pódio. É impossível dizer o que se passa em nosso coração se depois de uma temporada repleta de derrotas e vitórias, temos o privilégio de ver nosso piloto ou equipe campeões do mundo. 

Infelizmente, muitas pessoas neste mundo tão globalizado ainda olham para mim com cara de nojo e desprezo quando eu respondo que meu esporte favorito é a F1. Estas pessoas jamais entenderão o que nós, aficionados por estes carros, seus pilotos e equipes sentimos quando a temporada acaba e a agonia das férias começa. Estas pessoas são incapazes de entender que acordar aos domingos pela manhã é algo que nos deixa extremamente felizes quando é por causa da F1. 

Mas aí alguém pode vir aqui e falar: “Mas Ludy, você não queria que Kimi retornasse à F1 e agora escreve um texto destes?”. Minha resposta é simples, a F1 para mim é como um amigo que a gente não consegue abandonar mesmo depois de tantas decepções. Ela já me magoou demais por causa de Jacques e Räikkönen. Não foi fácil perdoar (e não ainda perdoei tudo), mas também não consigo ficar longe. Dei tempo ao tempo quando ela me afastou por causa de Villeneuve a partir de 2004 e o mesmo aconteceu em 2010/11, quando Kimi esteve no WRC. 

Entretanto, com o retorno de Kimi, aos poucos percebi que mais uma vez, esta amiga, a F1, poderia me fazer feliz de novo. Obviamente não será como era antes porque assim como as amizades, minha relação com a categoria deixou cicatrizes profundas. Mas resolvi dar a ela outra chance. E só faço isto porque “não dá para explicar o que a gente sente pela Fórmula 1: só dá para sentir”. 

Beijinhos, Ludy

Comentários

Talita Regis disse…
A-M-E-I!!!
Só dá pra sentir mesmo!

Meus amigos me perguntam mesmo o que eu vejo de tão importante nessa coisa "chata", "incompreensível", "demorada" que é a F1 e só ficam rindo de mim quando eu falo que "meu fim de semana será dourado"! (FDS de corrida é DOURADO para mim! =D)

Da mesma forma, já ouvi muita piadinha de mau gosto por eu gostar de automobilismo e ser mulher. Já ouvi risadas quando eu chorava, ria ou xingava durante as corridas, e já ouvi gente me chamando de louca (nenhuma novidade, confesso! XD) por acordar de madrugada pra ver, por ficar meio que obcecada pela coisa e tals.

Mas é como vc disse: a sensação é indescritível.
Vivi meus desapontamentos tbm na categoria, mas aprendi a conviver com eles. Como vc disse, é um esporte cruel, individualista, com poucas segundas chances...
E mesmo assim, adorável.

Enfim, de fato, #F1 a gente sente.

No corpo, na alma e no coração. :)

Talita Regis
Anônimo disse…
O estranho é que até os meus 12 anos de idade, eu simplesmente detestava F1. Tinha a mesma impressão dessas pessoas citadas pela Talita, achava que era algo totalmente sem cabimento, chato, não conseguia entender o fascínio que o meu pai tinha por esse esporte, acho que era mais uma implicância do que aversão, eu perdia os desenhos de domingo de manhã, então é meio que justificável. haha
Lembro que houve um domingo que eu estava em débito com meu pai por umas coisas que eu tinha aprontado na rua, decidi a não assistir a corrida como uma obrigação, pela falta do que fazer, faria um esforço por ele, já não gostava de futebol, sou filha única, ele sentia falta de comentar sobre seus dois esportes preferidos com alguém, e F1 me pareceu menos complicado que o outro esporte, o engraçado é que hoje adoro futebol também.
Meu pai ficou muito empolgado, me explicando sobre tudo, embora fosse difícil entender completamente, mas era como se as palavras dele me abrissem um novo caminho e ia surgindo algo novo ali na minha frente, paradoxalmente ao que eu pensava, era completamente atrativo. Daí a paixão nasceu e perdura mais forte do que nunca. A admiração que tenho pelo Kimi veio dele. Meu pai é um grande fã do finlandês, e se diz muito orgulhoso pela volta triunfal. rs





Obs: Escrevi demais, desculpem.


Caitlyn.
Myn disse…
Caitlyn aqui em casa é eu e a minha irmã de filhas, meu pai ficava tri feliz de me ver sentada com ele vendo F1 quando eu era menor!
Hoje quem chama para ver F1, e como ele sente ciume do Kimi (acho que não exista pai que não sinta), ele chama o Kimi de branquelo e alemão ¬¬, mas gosta dele =) e foi quem vibrou comigo em 2007 enquanto eu estava em prantos de tão feliz!

As pessoas costumam me perguntar qual é a graça de ver um carro que anda a 300km/h? Eu sempre respondo que é a mesma graça do que ver 20 homens correndo atrás de uma bola (ainda que eu seja uma colorada fanática)!Outros pq eu gastei tanto dinheiro para ir na F1, se eu não consigo nem ver o carro passar a minha frente? Isso é MITO! Dá para ver sim!

Concordo com a Ludy quando ela diz sobre amor e ódio com a F1, mas ainda que tenha os seus defeitos, é como aquela amiga que não vivemos sem ela!
Não consegui ficar sem a F1 em 2010 e ainda mais em 2011 quando a temporada começou e eu só tinha os pilotos que eu simpatizava, consegui sobreviver e juntar os "cacos".

Adorei a coluna Ludy!!!

Bjs
Myn
Anônimo disse…
Myn... Meu pai tem ciúmes também... hahaha. Minha mãe que não aguenta mais nos ouvir debatendo sobre futebol e F1.
E realmente, as temporadas 2010/2011 foram um pouco difíceis pra mim, torcer por algum outro piloto não teve a mesma intensidade da minha torcida pelo Kimi, mas meu pai estava lá pra me ajudar com isso também, há o amor pelo esporte e o apoio dele amenizou as coisas, deixou menos sofrível.
Fiquei tão empolgada contando um pouco dessa paixão, que nem comentei sobre a coluna... rs.
Ludy arrasando como sempre. Gosto muito dos textos dela.




Caitlyn.
Bacana ler os depoimentos de vocês com relação à F1. Bacana mesmo!
Que bom que curtiram a coluna!

bjs

Ludy

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