Coluna "O que elas pensam?" by Ludy


"Algo está faltando..." by Ludy Coimbra

Em dezembro de 2011 eu pedi aos participantes do Iceman’s Club, alguns amigos convidados e leitores fãs de Kimi que escrevessem sobre a despedida do finlandês do WRC e seu retorno à F1. E depois da publicação de uma série de excelentes contribuições (quem não viu este especial o link é este), eu compartilhei um texto meu, que em sua parte final diz o seguinte: 

“O WRC foi para mim e com certeza, para Kimi, um processo de cura para as feridas deixadas pela F1. No próximo ano, quando Räikkönen retornar à categoria, com o sorriso verdadeiro que o rally voltou a estampar no rosto do finlandês, e não automático, como estava acontecendo nos últimos anos do finlandês na F1, eu estarei lá. Como sempre estive nos últimos 7 anos. 

Não era o que eu queria, mas é o que ele quer, é o que ele ama, é o que ele deseja. Foi para isto que ele se preparou nestes dois anos, foi para isto que ele se curou nestes dois anos, e foi para esta categoria que ele viveu, mesmo quando ele se divertia e deixava as feridas abertas que ela havia lhe causado, cicatrizarem-se. 

Cicatrizes estas que eu também tenho e que, hoje, quando encerro esta semana de textos especiais escritos por fãs do Iceman, pelas minhas companheiras de blog e por mim, percebo terem sido curadas. 

É claro que muitas vezes, quando eu olhar para uma destas cicatrizes (e as verei demais a partir do ano que vem), vou lembrar o sofrimento que elas me causaram, mas também vou lembrar como foi que eu as curei, com o WRC. E serei para sempre grata à categoria de Loeb, Hirvonen, Latvala, dos irmãos Solberg e especialmente de Kaj Lidsntröm, porque tenho certeza, que quando Kimi estiver no grid de largada para o GP da Áustralia em 2012 eu vou me emocionar e vou voltar a entender o motivo de Kimi amar tanto a F1. Eu tenho certeza que a F1 voltará a ter sentido para mim, ela voltará a fazer meu coração bater, porque Kimi estará lá e porque o WRC o terá curado para isto. Para voltar a bater, a sentir.” 

E por que eu toco neste assunto hoje? Bom, infelizmente para mim, meu coração não sente a F1 como antes, como eu achei que sentiria. Ele não voltou a bater como eu achei que bateria quando Räikkönen retornasse. E isto é muito ruim porque não estou curtindo como eu deveria. Não anseio pelas corridas como antigamente, nem mesmo como eu esperava pelos ralis nos últimos dois anos. Simplesmente não aproveito o que está acontecendo. 

Estamos quase na metade do Mundial, semana que veremos a 8ª etapa do ano e ainda assim, sinto que as coisas simplesmente não se encaixam. Não, não é porque Kimi não venceu (eu nem imaginei que esta possibilidade seria real antes do campeonato começar), a verdade é que eu não me vejo mais uma apaixonada pela categoria, e uma vitória do Iceman não mudará isto. É louco, mas é o que sinto. 

Para vocês terem uma ideia, esta semana finalmente comprei meus ingressos para o GP, fiquei muito feliz porque desde que vou à corrida (desde 2006), este foi ao ano que mais passei perto de, de repente, não poder ir. Logo no ano de retorno de Kimi. Fiquei feliz porque o verei pilotar ao vivo novamente, porque agora meu motivo de assistir à F1 está de volta, mas no fundo, eu queria ter ficado feliz também por fazer parte desta turma de fãs apaixonados da categoria. De novo. Por completo. 

Mas infelizmente percebi que não é mais o caso. Nem eu mesma entendo esta minha relação de amor e ódio com a F1. Confesso. É um sentimento complexo, curto a velocidade, o barulho e a beleza dos carros, o mundial deste ano está bacanérrimo, poderei ver Räikkönen em um F1 depois de dois anos e quando lembro que estarei em Interlagos, ao vivo, fico feliz. Mas... algo está faltando. E talvez seja a paixão pela F1 que um dia eu tive, mas que ficou no passado, junto com as cicatrizes que ela causou. 

Beijinhos, Ludy

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