Compreensão dos problemas no Bahrein

Hill: “F1 precisa mostrar que entende problemas do Bahrein”

Para ex-piloto, categoria “gera mais conflitos” ao tentar minimizar instabilidade do país

O campeão de 1996 da F1, Damon Hill, alertou que a F1 precisa mostrar que entende a situação delicada do Bahrein em sua visita ao país daqui a dois fins de semana, quando a ilha do Oriente Médio sedia a quarta etapa da temporada. Em declaração publicada nesta quarta-feira no jornal britânico “The Guardian”, o ex-piloto disse temer que, ao adotar uma postura de ignorar os problemas, a categoria ajude a “gerar mais problemas”, em vez de resolvê-los.

“Há uma questão mais problemática, que é: enquanto pessoas estão colocando suas vidas em risco para protestar contra o GP, a F1 está nessa jogada apenas por razões financeiras?”, questionou Hill, que atualmente ocupa a função de comentarista do canal inglês “Sky Sports”.

“O que devemos colocar acima de tudo é se haverá punições, sob o ponto de vista humano, caso a corrida siga adiante. Seria um panorama ruim para a F1 se ficasse evidente que ela está usando a força das leis para garantir a realização da corrida. A categoria não pode se basear nisso. Olhando para as coisas hoje, daria para dizer que [o GP] geraria mais problemas do que resolveria”, considerou.

Em 2011, Hill foi uma voz ativa nas críticas contra a realização da etapa, que acabou sendo cancelada. No início deste ano, após visitar o país a convite do presidente da FIA, Jean Todt, o inglês moderou o discurso, afirmando que “sentia os esforços” do governo para mudar a situação. Algumas semanas depois, entretanto, a estagnação dos problemas e a manutenção contínua de manifestações populares fizeram o ex-piloto voltar a criticar o GP.

“As coisas estão diferentes agora. Os protestos não cessaram e estão cada vez mais incisivos e calculados. É um estado alarmante”, observou. “Faltando três semanas para a etapa, as condições parecem não ter melhorado, a julgar pelas reportagens de jornais europeus, relatos nas mídias sociais e na TV”, acrescentou.

Hill também criticou a tentativa dos dirigentes da F1 e dos promotores do evento em declarar que a instabilidade política do Bahrein não é tão ruim quanto os meios de comunicação têm divulgado, já que, na última semana, em almoço realizado em Londres, chefes de equipes, organizadores do evento e Bernie Ecclestone conciliaram um discurso de minimização da gravidade dos problemas.

“Eu espero que a FIA esteja considerando integralmente as implicações disso e que as manifestações no Bahrein não são vistas como são vendidas, como um bando de rebeldes jogando coquetéis Molotov, porque isso é uma simplificação grosseira. Se eles acreditam nisso, deveriam ser mais prudentes. Você não vê 100 mil pessoas arriscando suas vidas em protestos por nada”, ressaltou.

“Se vamos [ao GP], vamos todos. Mas ainda há um claro sinal de dor, fúria e tensão no Bahrein. Seria melhor para a F1 deixar claro que compreende a situação de forma apropriada e deseja somente o melhor ao país. Acho que a categoria está navegando muito perto de seus limites”, concluiu.

Fonte: Tazio

Assino embaixo de tudo o que Hill disse. É preciso analisar esta situação com muito cuidado. Desde 2011 que eu falo que o Bahrein não deveria estar mais no calendário da F1 enquanto a situação por lá não se resolver. Mas Bernie e os dirigentes da F1 que só pensam em dinheiro não estão nem aí para estas coisas.

É um absurdo a realização de uma corrida em um país que passa por problemas políticos tão sérios e que agora, precisa é de tempo para resolvê-los. Cancelem o GP! Que diferença vai fazer em uma temporada que teria 20 corridas?!

Hill foi simplesmente perfeito em todas as duas colocações! E eu acrescento, esperar atos humanitários da F1 é simplesmente uma utopia!

Beijinhos, Ludy

Comentários

Fernando Kesnault disse…
Que colocquem bombas nos containers das equipes da f-1 e deixem para explodir nos paddocks...hahah....começa a f-1 tudo de novo, do inicio...sem mazelas....
Mesmo sabendo que seu comentário foi de brincadeira Fernando, não acho que seja legal! Mas enfim, cada um pensa de uma forma! :)

bjs

Ludy
wagner disse…
Realmente, como os donos do poder no país estão em dívida com o povo, nem deveria ser cogitada essa corrida!
Julie disse…
É um completo absurdo cogitar a F-1 em um país que atualmente passa por sérios problemas políticos, e a segurança local se encontra atualmente em risco.

O bom seria se os próprios pilotos fizessem um boicote, mas aí já seria esperar demais, porque como você mesma disse, Ludy, F-1 e atos humanitários não combinam!

Bjinhos
Julie

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