WRC 2012 está aí!!!

WRC inicia 2012 em meio a incertezas e com retorno do Rali de Monte Carlo

Quatro anos depois, o Rali de Monte Carlo volta a fazer parte do calendário do WRC e realiza edição 80. A categoria vive sob a incerteza depois que a FIA rescindiu o contrato com a North One, responsável pela promoção do esporte

FERNANDO SILVA [@Fernando_Silva7]
de Sumaré


Dois dias depois do encerramento do maior rali de resistência do mundo, o Dakar, começa oficialmente nesta quarta-feira (18) a temporada 2012 do WRC com a realização do mais tradicional evento do rali de velocidade no planeta. O Rali de Monte Carlo, a mais tradicional competição da modalidade, volta ao calendário do Mundial depois de integrar o campeonato do IRC (Desafio Internacional de Rali, em português). Será a 80ª edição da histórica prova.

Em meio à empolgação pelo retorno a Monte Carlo, o WRC viveu uma pré-temporada cercada de incertezas, dentro e principalmente fora das trilhas. A antiga promotora da categoria, a North One Sports, é controlada pela holding CSI (Convers Sports Initiatives), que pediu concordata no início de janeiro. Seu maior investidor, Vladimir Antonov, foi preso como parte do processo de investigação de fraudes no Banco lituano Snoras. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) não viu outra saída a não ser rescindir contrato com a North One.

O rompimento definitivo com a North One aconteceu às vésperas do Rali de Monte Carlo, deixando o início de temporada totalmente incerto. Pelo menos na etapa inaugural de 2012, a Eurosport será a responsável pela produção de TV, geração de imagens para todo o planeta, além de gerenciar o site oficial do WRC. De acordo com a imprensa europeia, a empresa deve fechar contrato com a categoria para ser a responsável pela promoção e organização do evento pelo menos nos próximos três anos. O anúncio deverá ser feito em breve.

A sombra da dúvida pairou também sob a tradicionalíssima Ford. A montadora do óvalo azul, que há tempos não crava uma boa temporada no WRC, perdeu seu principal patrocinador, Abu Dhabi — e seu piloto pagante, Khalid Al-Qassimi —, e por um momento seu futuro na categoria tornou-se incerto. A marca só reassumiu seu compromisso com o esporte em dezembro e assegurou sua permanência no Mundial de Rali pelo menos até 2013.

Com a saída de Mikko Hirvonen, que rumou para a Citroën para substituir Sébastien Ogier, a Ford contratou um importante reforço: Petter Solberg, último campeão mundial antes de Sébastien Loeb dar início à incrível sequência de oito títulos. Apesar da experiência, o norueguês chega, pelo menos em teoria, para ser segundo piloto, já que todas as atenções da Ford estão voltadas para o jovem e talentoso Jari-Matti Latvala. A cliente M-Sports terá um verdadeiro esquadrão representando a Ford: Mads Ostbert, Ott Tanak, Henning Solberg, Jari Ketomaa e Matthew Wilson.

Quem também tem futuro incerto é a Mini. A equipe da montadora anglo-germânica, comandada pela BMW, voltou à categoria em 2011 e teve grande participação, chegando até mesmo a lutar por vitórias, sobretudo com o experiente Daniel Sordo, contratado para ser o primeiro piloto do time. Fora da pista, a escuderia foi comandada pela Prodrive, empresa de David Richards, de reconhecido histórico vencedor no automobilismo.

Entretanto, a falta de patrocínios, aliada à insatisfação da BMW com a baixa divulgação da categoria na Alemanha, a fez com que a Mini-Prodrive revesse seus planos para 2012. A medida mais sonante foi a substituição do então segundo piloto, o promissor Kris Meeke, por um competidor pagante que deve mudar a cada etapa. Líder da equipe, Sordo deverá ter como companheiro de equipe em Monte Carlo Thierry Campana.

Pelo menos na etapa inaugural de 2012, serão dois os carros de equipes-cliente da Mini: um deles pilotado pelo luso Armindo Araújo, e o outro entregue a Paulo Nobre, o Palmeirinha, que ao lado do navegador Edu Paula, será o único piloto brasileiro a disputar toda a temporada do WRC. Daniel Oliveira, que correu com um Mini John Cooper Works no ano passado, por enquanto, só está confirmado no Rali da Suécia, mas correrá com um Subaru.

Por outro lado, a Volkswagen dará sequência ao desenvolvimento de sua equipe, visando principalmente a temporada de 2012, quando vai estrear o Polo R WRC, que segue em fase de desenvolvimento. Para liderar a equipe, a montadora alemã trouxe o significativo reforço de Ogier, que aceitou o desafio de fazer a Volkswagen uma equipe vencedora também no Mundial de Rali. O que, depois de todo o sucesso obtido pela marca com o tricampeonato do Dakar, não é nada impossível.

Neste ano de transição, o piloto francês, terceiro colocado no WRC em 2011, disputará quase todo o campeonato com um Skoda Fabia S2000 para manter um bom ritmo de competição. Ogier deverá contar, de maneira alternada, com Andreas Mikkelsen e Kevin Abbring como companheiros de equipe ao longo do Mundial.

No fim das contas, são todos contra a Citroën. A montadora francesa domina o Mundial desde 2004, sempre com Loeb, o piloto com maior número de títulos mundiais chancelados pela FIA. Com 37 anos, mesmo ganhando campeonato atrás de campeonato, Sébastien demonstra que a motivação está cada vez maior. Prova disso é a renovação de seu contrato com a Citroën até 2013, mesmo depois de ter recebido um convite tentador da Volkswagen. Depois de viver uma relação tempestuosa com seu ex-colega de time, Ogier, Loeb terá um novo parceiro em 2012: Mikko Hirvonen assumirá a condução do DS3 de número 2. O finlandês, assim como seu companheiro de equipe, também assinou contrato até 2013.

Sem Petter Solberg, que foi para a Ford, e também sem Kimi Raikkonen, que decidiu voltar para a F1, a Citroën terá pelo menos mais um nome confirmado em 2013. Nasser Al-Attiyah, campeão do Dakar em 2011 e que disputou o prova de janeiro deste ano com um Hummer do time de Robby Gordon, será o terceiro piloto da equipe de fábrica da Citroën em 2012. O experiente piloto estampará as cores do Catar em seu carro a partir do Rali da Suécia.

A volta da tradição

A programação do 80º Rali de Monte Carlo compreende cinco dias de atividade. Os pilotos terão o primeiro contato com a pista nesta terça-feira (17), quando será realizado o shakedown para verificação das condições do carro. Mas no dia seguinte, os pilotos e navegadores terão pela frente nada menos que 1.772 km de trecho total, sendo que 433 serão de percurso cronometrado divididos em 17 estágios e mais o Power Stage, etapa final, destinada à transmissão televisiva, em que o vencedor leva três pontos-extra.

Fonte: Grande Prêmio

Lendo esta matéria muito bacana fico pensando o quanto da minha vida dediquei ao rali nos últimos dois anos, já que "vivi" estas dificuldades todas enfrentadas pelo mundial de rali e que foram descritas no texto. Vejo o quanto me tornei familiar a este esporte, o quanto fico preocupada com o seu futuro e o quanto desejei pelo início deste nova temporada.

Espero que tudo se resolva e que a temporada de 2012 do WRC seja maravilhosa. Porque eles merecem que seja!

Beijinhos, Ludy

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