Coluna Velocidade e Batom: "Villeneuve, Räikkönen e minha torcida" by Ludy
"Villeneuve, Räikkönen e minha torcida" by Ludy Coimbra
Quando eu comecei a torcer para Jacques Villeneuve, tinha apenas 15 anos de idade. Era uma adolescente. Quando comecei a torcer para Kimi Räikkönen, tinha 25. Já havia me tornado uma adulta. Entre a minha torcida por estes dois pilotos, uma diferença de 10 anos, mas certamente, nenhuma diferença de carinho, admiração e fidelidade.
E exatamente em função desta razão, de admirar ambos da mesma forma, cada qual a sua maneira e com sua devida importância em diferentes momentos da minha vida, é que me dei o direito de ficar calada, por um bom tempo, sobre a polêmica declaração de Jacques Villeneuve com relação a Kimi Räikkönen, dada há mais de duas semanas, em entrevista ao jornalista brasileiro Felipe Motta (link do original aqui), onde o canadense disse que o finlandês não mereceu ser campeão em 2007 e que só o foi porque teve sorte. #fiqueichocadaetriste
Primeiramente, falar sobre este assunto, para mim, é muito mais difícil do que vocês possam imaginar. E o fato de evitá-lo em meu blog, um local onde estes dois pilotos são parte fundamental, dificultou ainda mais minha situação. Como defender um e não atacar o outro? Como ser imparcial quando as partes envolvidas são aquelas que me fizeram durante anos, amar a F1? Como não concordar com a revolta dos fãs de Kimi com tal declaração? E como não ficar magoada com os xingamentos que li por parte dos mesmos em relação a Jacques? Como ser fã destes dois pilotos, quando um deles desmerece o título do outro, injustamente? #situaçãoimpossível
Viram? Acho que com estas perguntas vocês podem entender um pouco dos motivos que me fizeram ficar quieta. Mas este aqui é o Octeto, e como vocês bem sabem, opinião é algo que não nos falta e por mais difícil que fosse para mim, eu queria falar com vocês sobre isto. Eu queria que vocês fãs do Iceman e de Jacques, entendessem como me sinto, já que sou fã dos dois.
Para começo de conversa, tenho que pontuar algum muito importante, a declaração de Jacques me chateou, me magoou e em um primeiro momento, me deixou realmente irada. #prontofalei
Como ele, Jacques, um campeão mundial, que também sofreu para vencer seu título, podia dizer que outro piloto, não merecia o campeonato que lutou para vencer?! Pois bem, depois do momento de raiva, veio a hora de tentar compreender o motivo desta declaração.
Não sei se sabem, mas Jacques é amigo pessoal de Felipe Massa, alguém com quem no começo, não se dava bem, mas de quem, depois, tornou-se bem próximo. Além disto, o fato da pergunta ter sido feita por um jornalista brasileiro e da forma que foi e a quem foi (alguém que fala o que pensa), a resposta só poderia ter sido favorável ao piloto brasileiro.
Não estou justificando a resposta de Jacques, só estou dizendo que como jornalista (e sei do que falo, porque sou jornalista), não é difícil encaminharmos uma entrevista para o lado que desejarmos, é só sabermos fazer as perguntas certas, às pessoas certas. E isto, Motta soube fazer muito bem. Ele desejava uma resposta positiva sobre Massa, conseguiu. O problema todo foi que para elogiar o amigo brasileiro, Jacques foi injusto e desrespeitoso com Kimi.
E isto me entristece, muito. Vivi cada corrida de 2007, cada vitória, derrota, tensão, e sei melhor do que ninguém, que mesmo que muitos digam que Kimi só venceu por sorte, jogo de equipe, ou porque Alonso e Hamilton estavam em guerra, ele mereceu. Ele mereceu cada um dos 110 pontos conquistados, cada uma das 7 vitórias, ele simplesmente foi melhor. Por um ponto, mas foi. E ninguém pode tirar isto dele! Embora sempre tentem!
E reafirmo, se há alguém que pode dizer o quão injusta é esta declaração de Villeneuve, este alguém sou eu. Não quero parecer arrogante ou prepotente, mas posso porque sou fã destes dois pilotos. Igualmente, embora vocês possam achar que não. Não há diferença de admiração entre Kimi e Jacques para mim, não há. Jacques disse o que pensava, e eu em senti magoada, porque sou fã de Kimi também. Ele estava no direito dele de dizer, e eu no meu de não concordar. Mas jamais, jamais, deixarei de ser fã dele por isto. Como não deixaria se tivesse sido Kimi ao dizê-lo.
E embora uma década tenha separado os momentos em que comecei a torcer por estes dois pilotos, não existe uma linha que separe a minha admiração por ambos e tudo o que eles me deram como fã deles. Não há preço que pague tudo o que vivi sendo fã destes dois, não há palavras que descrevam o vazio que senti quando os vi partirem da F1, ambos maltratados.
Vivi e senti a disputa dos campeonatos destes dois pilotos com toda a intensidade que pude. Na primeira ainda uma menina, no segundo, já uma mulher. Com Jacques em 1997 e com Kimi em 2007, eu presenciei as duas temporadas mais especiais da minha vida de torcedora de F1. Com Jacques e com Kimi, aprendi que a F1 pode ser bela, vitoriosa, inesquecível, emocionante, mas também injusta, dolorosa, ingrata e traiçoeira.
Com Jacques e com Kimi aprendi a ver o automobilismo como um todo, não só como F1. Com Jacques e com Kimi aprendi a entender que nem sempre vencemos, na verdade, perdemos muito mais vezes, mas que podemos lutar. Com Jacques e com Kimi, acompanhei a F1 intensamente durante 13 anos, e por causa deles dois, hoje, vocês me conhecem um pouco, e entendem um pouco quem eu sou. E acreditem quando eu digo, não há como rever minha vida como seguidora de automobilismo e não me reconhecer fã fiel de Jacques Villeneuve e de Kimi Räikkönen. Igualmente.
Beijinhos, Ludy
E exatamente em função desta razão, de admirar ambos da mesma forma, cada qual a sua maneira e com sua devida importância em diferentes momentos da minha vida, é que me dei o direito de ficar calada, por um bom tempo, sobre a polêmica declaração de Jacques Villeneuve com relação a Kimi Räikkönen, dada há mais de duas semanas, em entrevista ao jornalista brasileiro Felipe Motta (link do original aqui), onde o canadense disse que o finlandês não mereceu ser campeão em 2007 e que só o foi porque teve sorte. #fiqueichocadaetriste
Primeiramente, falar sobre este assunto, para mim, é muito mais difícil do que vocês possam imaginar. E o fato de evitá-lo em meu blog, um local onde estes dois pilotos são parte fundamental, dificultou ainda mais minha situação. Como defender um e não atacar o outro? Como ser imparcial quando as partes envolvidas são aquelas que me fizeram durante anos, amar a F1? Como não concordar com a revolta dos fãs de Kimi com tal declaração? E como não ficar magoada com os xingamentos que li por parte dos mesmos em relação a Jacques? Como ser fã destes dois pilotos, quando um deles desmerece o título do outro, injustamente? #situaçãoimpossível
Viram? Acho que com estas perguntas vocês podem entender um pouco dos motivos que me fizeram ficar quieta. Mas este aqui é o Octeto, e como vocês bem sabem, opinião é algo que não nos falta e por mais difícil que fosse para mim, eu queria falar com vocês sobre isto. Eu queria que vocês fãs do Iceman e de Jacques, entendessem como me sinto, já que sou fã dos dois.
Para começo de conversa, tenho que pontuar algum muito importante, a declaração de Jacques me chateou, me magoou e em um primeiro momento, me deixou realmente irada. #prontofalei
Como ele, Jacques, um campeão mundial, que também sofreu para vencer seu título, podia dizer que outro piloto, não merecia o campeonato que lutou para vencer?! Pois bem, depois do momento de raiva, veio a hora de tentar compreender o motivo desta declaração.
Não sei se sabem, mas Jacques é amigo pessoal de Felipe Massa, alguém com quem no começo, não se dava bem, mas de quem, depois, tornou-se bem próximo. Além disto, o fato da pergunta ter sido feita por um jornalista brasileiro e da forma que foi e a quem foi (alguém que fala o que pensa), a resposta só poderia ter sido favorável ao piloto brasileiro.
Não estou justificando a resposta de Jacques, só estou dizendo que como jornalista (e sei do que falo, porque sou jornalista), não é difícil encaminharmos uma entrevista para o lado que desejarmos, é só sabermos fazer as perguntas certas, às pessoas certas. E isto, Motta soube fazer muito bem. Ele desejava uma resposta positiva sobre Massa, conseguiu. O problema todo foi que para elogiar o amigo brasileiro, Jacques foi injusto e desrespeitoso com Kimi.
E isto me entristece, muito. Vivi cada corrida de 2007, cada vitória, derrota, tensão, e sei melhor do que ninguém, que mesmo que muitos digam que Kimi só venceu por sorte, jogo de equipe, ou porque Alonso e Hamilton estavam em guerra, ele mereceu. Ele mereceu cada um dos 110 pontos conquistados, cada uma das 7 vitórias, ele simplesmente foi melhor. Por um ponto, mas foi. E ninguém pode tirar isto dele! Embora sempre tentem!
E reafirmo, se há alguém que pode dizer o quão injusta é esta declaração de Villeneuve, este alguém sou eu. Não quero parecer arrogante ou prepotente, mas posso porque sou fã destes dois pilotos. Igualmente, embora vocês possam achar que não. Não há diferença de admiração entre Kimi e Jacques para mim, não há. Jacques disse o que pensava, e eu em senti magoada, porque sou fã de Kimi também. Ele estava no direito dele de dizer, e eu no meu de não concordar. Mas jamais, jamais, deixarei de ser fã dele por isto. Como não deixaria se tivesse sido Kimi ao dizê-lo.
E embora uma década tenha separado os momentos em que comecei a torcer por estes dois pilotos, não existe uma linha que separe a minha admiração por ambos e tudo o que eles me deram como fã deles. Não há preço que pague tudo o que vivi sendo fã destes dois, não há palavras que descrevam o vazio que senti quando os vi partirem da F1, ambos maltratados.
Vivi e senti a disputa dos campeonatos destes dois pilotos com toda a intensidade que pude. Na primeira ainda uma menina, no segundo, já uma mulher. Com Jacques em 1997 e com Kimi em 2007, eu presenciei as duas temporadas mais especiais da minha vida de torcedora de F1. Com Jacques e com Kimi, aprendi que a F1 pode ser bela, vitoriosa, inesquecível, emocionante, mas também injusta, dolorosa, ingrata e traiçoeira.
Com Jacques e com Kimi aprendi a ver o automobilismo como um todo, não só como F1. Com Jacques e com Kimi aprendi a entender que nem sempre vencemos, na verdade, perdemos muito mais vezes, mas que podemos lutar. Com Jacques e com Kimi, acompanhei a F1 intensamente durante 13 anos, e por causa deles dois, hoje, vocês me conhecem um pouco, e entendem um pouco quem eu sou. E acreditem quando eu digo, não há como rever minha vida como seguidora de automobilismo e não me reconhecer fã fiel de Jacques Villeneuve e de Kimi Räikkönen. Igualmente.
Beijinhos, Ludy
Comentários
Achei estranho o Villeneuve criticar o título de alguém, logo ele que venceu em um carro fora do normal, sem um companheiro de equipe de ponta, em um ano onde todos diziam que o Schumacher merecia mais...
Nao vou xingar o Villeneuve por dois motivos, primeiro por que pra mim veio de alguém que nao faz diferença, e nem mesmo o Kimi vai se incomodar com isso.
Segundo em respeito à você, pois se em mim que nao considero o Villeneuve as criticas doeram, imagina em você que é fã e fiel aos dois...
Se eu fosse você mandava um e-mail para o Villeneuve escrevendo tudo isso que você sentiu/sente. Assim quando ele for falar mal de um colega na próxima vez, vai pensar duas vezes sabendo que os fãns do piloto que ele critica podem ser as mesmas pessoas que o admiram...
Sobre o e-mail, não precisa, já coloquei Jacques no quartinho do castigo na sede do Octeto por ser tão ciumento e não entender que ele precisa aprender a dividir a Ludy aqui. Tem Ludy para os dois, mas o canadense é possessivo! Já Kimi é mais compreensivo!!! rsrsrs...
bjs, Ludy