"Todas as mulheres de Sarthe" por Rodrigo Mattar

Quero compartilhar com vocês esta matéria muito bacana que o amigo Rodrigo Mattar, do blog A Mil Por Hora, fez sobre as mulheres que correram e ainda correm nas 24 Horas de Le Mans. Eu li e fiquei encantada, pois todas estas mulheres fizeram e fazem parte de uma corrida lendária. Não tem como a gente não sentir um baita orgulho disto! #GirlPower

Aproveito para parabenizar ao Rodrigo pela excelente matéria!!! Dá gosto da gente ler! #semdúvida


Andrea Robertson

Todas as mulheres de Sarthe

São 168 pilotos confirmados nos 56 carros inscritos para a 79ª edição das 24 Horas de Le Mans. Deste total, apenas duas são mulheres. Uma, veterana: a belga Vanina Ickx, que como o sobrenome denuncia, é filha do seis vezes campeão da prova Jacky Ickx. A outra é estreante: a estadunidense Andrea Robertson, que vai correr no Doran Ford GT da equipe de propriedade do marido David Robertson.

Com a estreia de Andrea neste ano, o total de mulheres nas 24 Horas de Le Mans chega a 53. Pode parecer pouco, aliás, é um total mínimo mesmo. Mas quem disse que elas já não fizeram história na maior corrida longa do automobilismo mundial?

Nos anos 30, elas registraram um recorde impressionante de participações. Foram nada menos que dez em 1935, sete em 1937 e seis no ano seguinte. Esse surto de desafios do outrora “sexo frágil” diante dos homens foi deixado para trás com a interrupção das 24 Horas em razão da II Guerra Mundial e depois, nos anos 50 e 60, praticamente desapareceu. Presença feminina? Só nas arquibancadas e nos boxes, torcendo para maridos/namorados e cronometrando.

Mas nos anos 70, surgiu a figura da francesa Marie-Claude Beaumont, jornalista que por décadas foi a recordista de participações em Sarthe. De 1971 a 1976, foram seis aparições. Ela estreou a bordo de um Chevrolet Corvette da equipe de Henri Greder, carro com que correu até 74. No ano de 75, dividiu um protótipo Alpine-Renault com a italiana Lella Lombardi e encerrou suas participações a bordo de um Porsche-Kremer ao lado do então novato Didier Pironi e do já consagrado Bob Wollek.

Além de Marie-Claude e de Lella Lombardi, nos anos 70 tivemos Christine Beckers/Marie Laurent/Yvette Fontaine, que em 74 ganharam na categoria Esporte Protótipo até 2 litros com um Chevron B23. Entretanto, terminaram atrás de Anne-Charlotte Verney e Martine Rénier, que dividiram um Porsche com Pierre Mauroy para completar em 14º lugar na geral.

Até Michele Mouton, ícone do Mundial de Rali, única mulher a ganhar uma prova do WRC até hoje, esteve em Sarthe. Correu em 1975 e chegou em 21º lugar na geral entre trinta carros que completaram a prova na ocasião.

Nos anos 80, a sul-africana Desiré Wilson, que jamais participou de uma prova de Fórmula 1, apesar de várias tentativas, não fez feio na companhia dos alemães Axel Plankenhorn e Jürgen Lässig. Chegou em sétimo na edição de 83 a bordo de um Porsche 956.

Depois dela, vieram Mercedes Stermitz, Claudia Hürtgen, Milka Duno e Liz Halliday, umas acrescentando velocidade e desempenho, outras apenas uma pitada de beleza. Mas das mulheres contemporâneas, ninguém foi melhor em Le Mans que Vanina Ickx, até hoje.


Vanina Ickx

Claro que ela jamais chegou perto de Odette Sitko e Marguerite Mareuse, que no longínquo ano de 1930 chegaram em 7º na geral. Mas a belga bateu o recorde de participações femininas que pertencia a Marie-Claude Beaumont e na edição de 2005 chegou a figurar no top 5 geral com o Dallara LMP Judd da Rollcentre Racing.

Este ano, a piloto guiará pelo segundo ano consecutivo o Aston Martin Lola DBR1-2 da Kronos Racing, preparado em associação com a Marc VDS Racing, na companhia de Bas Leinders e Maxime Martin.

Em 2010, a Matech Racing entrou na prova com uma bem-sacada jogada de marketing, que não deu certo na pista. Apesar da beleza e do charme das pilotos Cyndie Allemann/Rahel Frey/Natacha Gachnang, o trio de suíças acabou apenas em 47º lugar na geral, vítimas de um incêndio em seu Ford GT.

Veremos o que Vanina e Andrea farão nos próximos dias 11 e 12 em Sarthe. Certo é que em tempos modernos, onde já vimos quatro mulheres largando na última edição das 500 Milhas de Indianápolis, não nos surpreendamos se a presença feminina se tornar cada vez mais constante e que elas consigam resultados expressivos no futuro.

Fonte: A Mil Por Hora - Rodrigo Mattar

Beijinhos, Ludy

Comentários

Melli disse…
gaalllsss power!!!! woohooo!!!!
:D
Fernando Kesnault disse…
A Desiree Wilson participou do GP Africa do Sul/1980 ou 81 para depois este GP ser colocado como não válido para o Mundial do respectivo ano. Correu pela lendária Tyrrel como companheira do Eddie Cheever...

Postagens mais visitadas deste blog

Mas logo o Maradona??

Alonso em 2023

Roubou a cena!