Coluna "O que elas pensam?" by Ludy

O dia está acabando e cá estou eu para compartilhar com vocês mais um texto da nossa coluna "O que elas pensam?". Esta semana eu voltei ao comando da brincadeira...rsrsrs



"Além do verde e amarelo" by Ludy Coimbra

Por inúmeras vezes já comentamos aqui no blog e também em nosso podcast sobre um assunto que simplesmente cansativo, brasileiros que curtem automobilismo, mas não torcem para pilotos nacionais são vistos como aberrações da natureza.

Desde que me conheço por gente e quando Kimi e/ou Jacques ainda estavam na F1, sempre era a mesma história. Geralmente a situação começava da seguinte forma: “Nossa, legal, você gosta de F1! Torce pelo Massa ou para o Rubinho?”, daí eu respondia. “Nenhum dos dois, torço para Jacques Villeneuve e/ou Kimi Räikkönen”, e a resposta com cara de choque, quase horror, vinha assim: “Nossa!! Você não torce para os brasileiros? Como assim?!” E pronto, era o começo de mais uma incessante explicação que sempre tinha que dar sobre o fato de eu ter escolhido o piloto independente do fator nacionalidade.

Aí eu pergunto a todos vocês: desde quando a F1 é um esporte de países? Desde quando escolher um piloto para torcer nesta categoria passa pelo processo de patriotismo? Desde quando eu devo ser julgada pelo simples fato de não torcer por um piloto nacional?

A resposta para todas estas respostas é uma só: desde nunca. A F1 não é, nem nunca foi um esporte de países, ali, pouquíssimas nações do mundo são representadas. Não se torce pela Ferrari porque ela é italiana, as pessoas torcem pela Scuderia pela sua história, sua mística. O mesmo pode ser aplicado às inglesas Williams e McLaren. E o que dizer da Red Bull, tão recente na categoria e já com uma legião de admiradores? Aposto com vocês que a maioria das pessoas que curte a equipe de Vettel e Webber mal sabe o que há na Áustria.

É aí que chego a uma comparação interessante, uma analogia que gosto muito de aplicar com os benditos torcedores brasileiros que querem me evangelizar quando eu digo que não torço pelos brasileirinhos. “Por que aqui no Brasil as pessoas podem morrer de amores pelos times internacionais como Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Inter de Milão, e o caramba a quatro e eu não posso torcer pelo Kimi Räikkönen?”. Melhor ainda: “Por que os estrangeiros podem demonstrar uma admiração canina a Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi e eu não posso ser fã de Gilles ou Jacques Villeneuve?”. Eu respondo: hipocrisia pouca é bobagem!

A verdade é que o brasileiro em sua maioria (não estou generalizando, prestem bem atenção) só aceita que o seu ego seja afagado. Ele quer que apenas seus atletas, seleções e cultura sejam adorados, eles (a maior parte, não todos) não aceitam que compatriotas gostem de algo que não seja nacional e na F1 isto é mais do que explícito, chega a ser preconceituoso. E vou além, é algo que não encontramos somente na torcida não tá? A grande maioria da mídia especializada comete a mesma atitude. Estrangeiro admirar brasileiro pode. O contrário, jamais. É heresia!

Portanto, este texto é apenas a minha maneira de dizer chega de hipocrisia, nos deixem torcer por quem bem entendermos e respeitem o fato de que F1 não é Copa do Mundo, não torcemos pela nacionalidade. E antes que me xinguem de antipatriota ou coisas piores, saibam que o maior piloto da história para mim foi Ayrton Senna da Silva, por quem torci com todo o carinho do mundo, só que depois dele, aprendi a enxergar a F1 além do verde e amarelo.

Beijinhos, Ludy

Comentários

wagner disse…
Belo texto, Ludy! A resposta é simples: talento não se discute! habilidade não tem fronteira!
Melli disse…
clap! clap! clap! clap! clap! clap!
palmas!!! adorei o texto Ludy!!!
PA RA BÈNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Genial irmã!!!! Obrigada mais uma vez!!! Showwww!!!

Bjus, Tati
Ciro disse…
Excelente texto Ludy!!

Só mais um pequeno exemplo: Messi é o melhor do mundo hoje e ponto. Vou fechar os olhos para isso só por que o rapaz é argentino?! Sinceramente, essa pachecada toda tem enchido o caso.
Que bom que gostaram!!! Ciro, é por aí mesmo! :)

bjs, Ludy
Julie disse…
Como sempre, Ludy, contribuindo com mais um belo texto - parabéns!

É o que sempre falo: a competência e o talento têm de estar acima da nacionalidade, independente do esporte que estivermos falando! Chega dessa postura de colocar defeitos e fazer intrigas para o estrangeiro, só porque ele é melhor que o brasileiro!! Isso precisa de um basta!!

Super bjss
Julie

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