Acordo mútuo
Renault defende participação de Kubica em ralis: "É um acordo mútuo"
Eric Boullier, chefe da Renault, afirmou que o rali faz parte da vida de Robert Kubica e que, portanto, a equipe concordava com as participações do piloto em eventos da temporada
O grave acidente sofrido por Robert Kubica neste domingo (7) gerou discussão por conta das frequentes participações do polonês em ralis, mas a Renault tratou de vir a público para defender a posição do piloto. O chefe da equipe, Eric Boullier, afirmou que o rali faz parte da vida de Kubica e que, portanto, a Renault não fazia objeções.
“Isso não tem nada a ver com o assunto. Robert tem a permissão de fazer isso porque o rali está no seu coração”, frisou Boullier. “Para ele, rali é vital, é o equilíbrio. Da nossa parte, é um acordo mútuo”, ressaltou o dirigente.
Boullier deixou claro, contudo, que a Renault sempre soube dos riscos que Kubica corria, mas que os pilotos do time têm liberdade para disputar outras categorias. “Nós sabíamos dos riscos. Não queremos um robô ou um piloto corporativo.”
Kubica sofreu um sério acidente quando disputava o rali Ronde di Andora, na Itália. A bordo de um Skoda Fabia, o piloto perdeu o controle do carro e bateu no muro de uma igreja, sofrendo múltiplas fraturas nos membros do lado direito do corpo e correndo o risco de ter a mão amputada.
O piloto foi operado na tarde de domingo no hospital Santa Corona. Depois de uma cirurgia de sete horas, concentrada em recuperar os movimentos da mão direita de Kubica, os médicos decidiram induzir o polonês ao coma. O piloto ficará na unidade de terapia intensiva (UTI) pelos próximos cinco dias. O prazo inicial de recuperação é de pelo menos um ano.
Fonte: Grande Prêmio
Pela primeira vez na vida eu vou bater palmas para o que Eric Boullier diz, eles têm um acordo mútuo, contratual, e sabiam exatamente dos riscos, como o próprio dirigente mencionou acima. Ponto final.
Ontem, depois do acidente, muitas coisas foram discutidas, entre elas, a questão dos motivos que levam um piloto de F1 a querer fazer outras atividades, no caso de Kubica, o rali. E jornalista Flávio Gomes, em um texto, ontem (link aqui) disse algo com o qual eu concordo plenamente.
No caso de Kubica, a paixão pelo rali é imensa, e ninguém deve escrachá-lo por isso. Se o cara gosta, que corra. As críticas, em geral, vêm daqueles — como eu, alguns anos atrás — que insistem em colocar a F-1 acima de tudo e de todos, como se fosse a única coisa importante do mundo.
Não é. Na verdade, é um ambiente aborrecido e massacrante, no qual se exige, de cada um de seus participantes, uma devoção cega a um mundo que é muito menor do que seus habitantes querem fazer crer que seja.
Kubica gosta de rali, estava lá se divertindo, e ninguém deve ser punido por se divertir. Deu um azar desgraçado, mas acontece. Que volte logo, que fique bom, que não perca a mão, que possa continuar sorrindo.
É exatamente isto. As pessoas não entendem que os pilotos de F1 também curtem outras coisas além da categoria, e quando eles passam a praticá-las, eles se enfurecem, porque a F1 é a F1, onde já se viu você querer fazer outra coisa enquanto ainda é piloto da maior categoria do universo? Desculpem-me, mas isto é muito irritante para mim. Vocês podem pensar o que quiserem, dizer que isto é recalque da minha parte, afinal de contas, os dois pilotos pelos quais torci na categoria foram mandados embora, mas não é. Há anos, já não vejo a F1 como este panteão dos deuses que eles gostam de vender. Só isto!
Jacques Villeneuve me ensinou há muitos anos que a F1 não é tudo, ele abriu meus olhos para o mundo do automobilismo, me permitiu aprender sobre novos campeonatos, novas categorias e Kimi, hoje, continua esta missão. E eu os agradeço imensamente por isto. Eu hoje tenho a capacidade de entender o que leva alguém como Kubica a gostar de competir no rali, por exemplo.
Quero reforçar aqui que adoro F1, mesmo depois de tudo que já passei como torcedora de JV e KR, ainda fico nervosa para comprar meus ingressos para o GP a cada ano, assisto às corridas, mas a F1 não é a minha vida, e ela definitivamente não é a única categoria de corridas no universo que merece atenção e respeito.
Eu não critico pilotos como Kubica, que procuram em outros lugares, a lufada de ar fresco que a F1, infelizmente, não pode mais dar para eles. Aqui mesmo no Octeto, Jenson e Rosberg participam de competições de triatlon o ano inteiro, e vocês acham que isto é tão menos perigoso ou arriscado quanto Kubica em um rali? Claro que não! Fatalidades acontecem e foi exatamente isto que aconteceu com Kubica.
Se para aliviar seu coração e a tensão causada pela F1, Kubica procura o rali, é um direito dele e ninguém além dele e seus empregadores, tem nada a ver com isto. Ele ama a F1, é claro, é onde estão os melhores não é? Ele quer ser campeão do mundo também, mas ele também ama o rali e por isto eu aprecio a atitude da Renault em deixá-lo fazer as duas coisas que ama, porque sinceramente, ninguém é completo quando não tem tudo o que ama por perto.
Correr na F1 e se divertir no rali não é errado, não faz de Kubica alguém que comete um pecado mortal, como muitos quiseram expressar ontem. E acho que assim que o polonês voltar às pistas, ele não vai mudar em nada sua atitude com relação às duas categorias que mais gosta.
Beijinhos, Ludy
Eric Boullier, chefe da Renault, afirmou que o rali faz parte da vida de Robert Kubica e que, portanto, a equipe concordava com as participações do piloto em eventos da temporada
O grave acidente sofrido por Robert Kubica neste domingo (7) gerou discussão por conta das frequentes participações do polonês em ralis, mas a Renault tratou de vir a público para defender a posição do piloto. O chefe da equipe, Eric Boullier, afirmou que o rali faz parte da vida de Kubica e que, portanto, a Renault não fazia objeções.
“Isso não tem nada a ver com o assunto. Robert tem a permissão de fazer isso porque o rali está no seu coração”, frisou Boullier. “Para ele, rali é vital, é o equilíbrio. Da nossa parte, é um acordo mútuo”, ressaltou o dirigente.
Boullier deixou claro, contudo, que a Renault sempre soube dos riscos que Kubica corria, mas que os pilotos do time têm liberdade para disputar outras categorias. “Nós sabíamos dos riscos. Não queremos um robô ou um piloto corporativo.”
Kubica sofreu um sério acidente quando disputava o rali Ronde di Andora, na Itália. A bordo de um Skoda Fabia, o piloto perdeu o controle do carro e bateu no muro de uma igreja, sofrendo múltiplas fraturas nos membros do lado direito do corpo e correndo o risco de ter a mão amputada.
O piloto foi operado na tarde de domingo no hospital Santa Corona. Depois de uma cirurgia de sete horas, concentrada em recuperar os movimentos da mão direita de Kubica, os médicos decidiram induzir o polonês ao coma. O piloto ficará na unidade de terapia intensiva (UTI) pelos próximos cinco dias. O prazo inicial de recuperação é de pelo menos um ano.
Fonte: Grande Prêmio
Pela primeira vez na vida eu vou bater palmas para o que Eric Boullier diz, eles têm um acordo mútuo, contratual, e sabiam exatamente dos riscos, como o próprio dirigente mencionou acima. Ponto final.
Ontem, depois do acidente, muitas coisas foram discutidas, entre elas, a questão dos motivos que levam um piloto de F1 a querer fazer outras atividades, no caso de Kubica, o rali. E jornalista Flávio Gomes, em um texto, ontem (link aqui) disse algo com o qual eu concordo plenamente.
No caso de Kubica, a paixão pelo rali é imensa, e ninguém deve escrachá-lo por isso. Se o cara gosta, que corra. As críticas, em geral, vêm daqueles — como eu, alguns anos atrás — que insistem em colocar a F-1 acima de tudo e de todos, como se fosse a única coisa importante do mundo.
Não é. Na verdade, é um ambiente aborrecido e massacrante, no qual se exige, de cada um de seus participantes, uma devoção cega a um mundo que é muito menor do que seus habitantes querem fazer crer que seja.
Kubica gosta de rali, estava lá se divertindo, e ninguém deve ser punido por se divertir. Deu um azar desgraçado, mas acontece. Que volte logo, que fique bom, que não perca a mão, que possa continuar sorrindo.
É exatamente isto. As pessoas não entendem que os pilotos de F1 também curtem outras coisas além da categoria, e quando eles passam a praticá-las, eles se enfurecem, porque a F1 é a F1, onde já se viu você querer fazer outra coisa enquanto ainda é piloto da maior categoria do universo? Desculpem-me, mas isto é muito irritante para mim. Vocês podem pensar o que quiserem, dizer que isto é recalque da minha parte, afinal de contas, os dois pilotos pelos quais torci na categoria foram mandados embora, mas não é. Há anos, já não vejo a F1 como este panteão dos deuses que eles gostam de vender. Só isto!
Jacques Villeneuve me ensinou há muitos anos que a F1 não é tudo, ele abriu meus olhos para o mundo do automobilismo, me permitiu aprender sobre novos campeonatos, novas categorias e Kimi, hoje, continua esta missão. E eu os agradeço imensamente por isto. Eu hoje tenho a capacidade de entender o que leva alguém como Kubica a gostar de competir no rali, por exemplo.
Quero reforçar aqui que adoro F1, mesmo depois de tudo que já passei como torcedora de JV e KR, ainda fico nervosa para comprar meus ingressos para o GP a cada ano, assisto às corridas, mas a F1 não é a minha vida, e ela definitivamente não é a única categoria de corridas no universo que merece atenção e respeito.
Eu não critico pilotos como Kubica, que procuram em outros lugares, a lufada de ar fresco que a F1, infelizmente, não pode mais dar para eles. Aqui mesmo no Octeto, Jenson e Rosberg participam de competições de triatlon o ano inteiro, e vocês acham que isto é tão menos perigoso ou arriscado quanto Kubica em um rali? Claro que não! Fatalidades acontecem e foi exatamente isto que aconteceu com Kubica.
Se para aliviar seu coração e a tensão causada pela F1, Kubica procura o rali, é um direito dele e ninguém além dele e seus empregadores, tem nada a ver com isto. Ele ama a F1, é claro, é onde estão os melhores não é? Ele quer ser campeão do mundo também, mas ele também ama o rali e por isto eu aprecio a atitude da Renault em deixá-lo fazer as duas coisas que ama, porque sinceramente, ninguém é completo quando não tem tudo o que ama por perto.
Correr na F1 e se divertir no rali não é errado, não faz de Kubica alguém que comete um pecado mortal, como muitos quiseram expressar ontem. E acho que assim que o polonês voltar às pistas, ele não vai mudar em nada sua atitude com relação às duas categorias que mais gosta.
Beijinhos, Ludy
Comentários
A imprensa brasileira é assim: qnd não tem o que falar, inventa. Em vez de falar sobre a saude do rapaz, começa a criticá-lo! Ahh, não encham! Pelo menos Eric Boullier falou o que devia! Amém!
bjs, Ludy
bjs, lUDY