Octeto Entrevista: Alessandra Alves

Oi Gente! É com imenso prazer que a convidada de hoje do Octeto Entrevista é a jornalista Alessandra Alves. Quem segue F1 já a conhece bem, ela é comentarista do sistema Bandeirantes de rádio (rádios Bandeirantes AM e BandNews FM), além de manter seu excelente blog (cliquem aqui).

Então o convite para curtirem a entrevista que fiz com ela está feito. Ficou show de bola gente! Vocês vão adorar, porque eu adorei! E fico muito feliz de poder recebê-la em nosso blog, assim como foi bacana demais ter a conhecido pessoalmente no ano passado. Quem não sabe da história, é só clicar aqui.

Vou parar de falar e deixar vocês aproveitarem o papo bacanérrimo da nossa convidada especial, Alessandra Alves.


Cacá Bueno e Alessandra Alves - Interlagos

1. Alessandra, fale-nos um pouquinho sobre você. Como se tornou jornalista especializada em automobilismo? Foi algo que você procurou ou aconteceu naturalmente?
Decidi que queria ser jornalista aos 13 anos. Coincidentemente ou não, foi no mesmo ano em que comecei a acompanhar Fórmula 1. Nessa fase de adolescência, eu tinha o mesmo grau de interesse por automobilismo, futebol e música. Sempre soube que gostaria de trabalhar em uma dessas áreas no jornalismo. Entrei para a faculdade de Jornalismo em 1988 (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo). Se dependesse da faculdade, eu nunca teria optado pela área esportiva, pois a escola tinha um evidente desprezo pelo jornalismo esportivo naquela época. Ainda cursando a ECA, vi um anúncio oferecendo uma vaga na editoria de Esporte da Folha de S.Paulo. Mandei meu currículo – que era apenas o de estudante – e uma carta, explicando por que eu queria trabalhar na Folha. E deixava claro que eu não queria necessariamente trabalhar na Folha. Eu queria aquela vaga porque era de esporte. O editor do caderno, na época, era o jornalista Flávio Gomes, que se impressionou justamente pela minha carta e me chamou para a entrevista. Isso aconteceu em janeiro de 1991. A vaga era para alguém experiente e não fui contratada, mas ele manteve meu currículo e, na oportunidade seguinte, fui chamada. Comecei a trabalhar como redatora na editoria de Esporte da Folha de S. Paulo em maio de 1991.

2. O fato de ser mulher, em algum momento da sua carreira no meio do automobilismo fez com que você sentisse algum tipo de preconceito?
Sim, principalmente no começo, quando o preconceito sexista se juntava ao preconceito de idade, por eu ter apenas 21 anos. Não senti nada disso na própria Folha, nem dos meus chefes, nem dos colegas. A redação da Folha, naquela época, era formada por uma geração de jornalistas com ideias progressistas, inovadoras, libertárias em muitos sentidos. Sentia o preconceito no meio do automobilismo. Éramos poucas mulheres circulando naquele ambiente, por isso acho que a estranheza era maior. Muitos anos depois, quando voltei a atuar no jornalismo dedicado ao automobilismo, comentando as corridas pelas rádios Bandeirantes/BandNews FM, já não senti preconceito algum. Felizmente, eu digo!

3. Qual foi o momento mais embaraçoso e aquele inesquecível que você poderia destacar para gente nestes anos em que você trabalha como jornalista de automobilismo?
O mais embaraçoso eu contei uma vez, no meu blog, e tomo a liberdade de colocar um link para quem quiser ler a história inteira (cliquem aqui).
Os mais inesquecíveis, sem dúvida, foram os vividos em Interlagos: as duas vitórias de Senna (1991 e 1993) e a decisão pelo título de 2008, na já mítica última curva da última volta. Verdade seja dita: não foi na última curva, mas assim a mística ficaria incompleta...

4. A paixão por corridas de carros é herança de família ou algo que você aprendeu sozinha?
Meu pai, que morreu em 2000, era um admirador de esportes em geral. Não praticava nenhum, mas via tudo o que tivesse bola ou roda passando na TV. Uma das lembranças mais antigas que tenho da minha vida é da Copa de 1974 – eu e meu pai vendo os jogos do Brasil na sala da nossa casa. Também me lembro, com apenas 5 anos, de sair com ele, com meu tio e com meus primos, pararmos em um bar para comprar água e refrigerantes, e ouvi-lo perguntar ao balconista quem havia ganho a corrida naquela manhã. “Lauda”, a resposta. Mais tarde, quando meu irmão ganhou um autorama, passamos a fazer campeonatos regularmente. Os três gostávamos muito de Fórmula 1. O fato de meu pai ter trabalhado como engenheiro na Ford por trinta anos também nos aproximou do universo automotivo. A estreia de Senna na Fórmula 1 foi uma injeção de entusiasmo para nós, ainda mais pelo fato de ele ter morado muitos anos na mesma região de São Paulo que nós – a Zona Norte.

5. Como você vê a participação feminina nas pistas? Fora delas já temos um número considerável de jornalistas especializadas, engenheiras, blogueiras e torcedoras. O que você acha desta visão feminina sobre o esporte?
Minha opinião sobre isso já oscilou bastante. Houve um tempo em que eu considerava descabida a ideia de mulheres e homens competirem juntos, pela diferença física entre ambos. Eu achava, nessa época, que deveriam ser categorias separadas, como nos demais esportes. Hoje, estou convencida do contrário. A diferença física entre homens e mulheres é e sempre será grande, mas ela é menos sensível no automobilismo que em outros esportes. O desempenho de mulheres como Bia Figueiredo, Danica Patrick e Simona de Silvestro comprova isso. Do ponto de vista da presença feminina em geral no automobilismo – ocupando funções diversas – acho normal e desejável. Nós, mulheres, estamos escolhendo funções por nossas afinidades e habilidades, e isso está nos levando a profissões menos tradicionais que no passado. As grandes corporações, hoje, incentivam a diversidade entre suas equipes de trabalho, não como forma de inclusão ou de preenchimento de cotas, mas como estratégia para enriquecer suas operações com visões e experiências diferentes. Acho que, ao incluir mulheres em várias funções, o automobilismo se enriquece também.


Ayrton Senna e seu McLaren MP4-4 de 1988

6. Quem foi o melhor piloto da história para você? E a melhor equipe?
Nossa, que pergunta difícil, espinhosa e cheia de armadilhas! Vou transcrever aqui um trecho de uma coluna que escrevi em 2003, no GPTotal:
Não vou perder a chance de fazer um comentário sobre Ayrton Senna, nesse mês dedicado ao tricampeão. Tive a sorte de cobrir automobilismo profissionalmente na fase de Senna e participei de algumas de suas entrevistas coletivas. Antes disso, acompanhava e torcia por ele. Conhecendo-o sem o filtro das câmeras de TV, desfiz um pouco do mito. Não tenho pretensão de entrar na discussão sobre o melhor, Senna ou Schumacher. Para mim, na verdade, não importa. Sempre gostarei mais de Senna não por ele ter sido (ou não) o melhor, mas por ter sido nosso.
Fernando Pessoa, sob o heterônimo Alberto Caeiro, resume meu sentimento. “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.”
Confesso que não tenho grande apreço por esse tipo de discussão, que sempre me parece subjetiva e inócua. Acho sugestiva que quase toda enquete, sondagem ou pesquisa mais ou menos séria, inclusive entre pilotos e jornalistas especializados, acabe sempre apontando Senna como o melhor de todos os tempos. Ora, isso é quase uma covardia. Comparar qualquer um – inclusive Schumacher – a Senna é comparar um piloto a um mito. Ainda mais este Schumacher fantasmagórico que vemos se arrastando pelas pistas neste 2010 desastroso. Quais os critérios para se escolher o melhor? Número de vitórias? Títulos? Aproveitamento de pontos? Talento para desenvolver carros? Ou a legião de fãs amealhada por todo o mundo? Nada disso me parece conclusivo. Cresci como fã de automobilismo torcendo por Senna, vi praticamente todos os seus triunfos ao vivo. Não me peçam para ser cartesiana nesta questão...
Quanto à equipe, há também uma porção de respostas possíveis. Impossível pensar em “melhor equipe” sem se lembrar da Lotus de Colin Chapman, da McLaren/Honda de Senna e Prost em 1988, da Williams/Renault de 1992, da McLaren/Mercedes de 1998 e da Ferrari dos anos Schumacher/Todt/Brawn/Byrne. Pensando apenas nestes exemplos, eu ficaria com a McLaren Honda de Senna e Prost. Nunca houve um domínio de uma única equipe como naquele ano de 1988. Depois, ainda venceram o campeonato de 1989. Quase se mataram, é certo, mas foi uma equipe e tanto.

7. Gostaria de saber qual a sua opinião sobre os torcedores brasileiros, como nós aqui no Octeto Racing Team, que torcemos por pilotos estrangeiros? Você acredita que o automobilismo é um esporte sem esta amarra da nacionalidade?
Certa vez, no início do advento da internet, assisti a uma palestra de um vice-presidente de uma grande agência de propaganda na qual ele disse o seguinte: “daqui algum tempo, um jovem brasileiro vai estar em contato com outro jovem da Nova Zelândia e eles poderão ter mais em comum entre si do que com seus vizinhos de porta”. Acredito que a globalização também teve esse efeito no esporte. Hoje, a TV a cabo, a internet e outras mídias interativas alargaram nossos horizontes. Acho que este é um fator mais determinante para a internacionalização das torcidas do que uma eventual decadência deste ou daquele país em determinados esportes. É certo que, no Brasil, não tivemos pilotos com a envergadura dos nossos três campeões mundiais nos últimos anos, mas acho que a tendência pela torcida por afinidades e não por nacionalidades é global. Defender cegamente este ou aquele piloto porque ele á seu compatriota me parece algo míope e sem sentido. Por outro lado, admirar as qualidades de outros esportistas, independentemente de suas nacionalidades, me parece natural e atual. No automobilismo e nos demais esportes. Esporte é competição, não guerra entre nações.


Webber, Vettel e Alonso, os candidatos a campeão de 2010

8. O campeonato de 2010 está se aproximando de seu momento decisivo. O que você tem a dizer sobre esta temporada? E arriscaria um palpite sobre quem será o campeão de 2010?

Faltando três corridas, ainda não consigo arriscar um palpite. Começo a achar que a McLaren não terá chance, nem com Hamilton nem com Button, mas o sistema de pontos válido a partir deste ano deixa-os com chances matemáticas, então, não se pode descartá-los. Uma vitória de um ou de outro, e um abandono de Mark Webber, Fernando Alonso ou Sebastian Vettel embaralha o jogo novamente. A Red Bull inegavelmente tem o melhor carro do ano, mas a disputa aberta entre os dois pilotos pode comprometer a conquista do título. Ali, nenhum dos dois parece disposto a trabalhar pelo companheiro de equipe, claro. Essa função de escudeiro, que eu imagino ter sido planejada para Webber, no momento não faz sentido, já que o australiano lidera o campeonato. E acho que Webber acabou se impondo na classificação mais pela falta de experiência de Vettel em se impor na pista. Já vimos equipes divididas perderem títulos dessa forma. A Williams em 1986 talvez seja o exemplo mais bem acabado disso. A McLaren de 2007, também. E, claro, vocês já entenderam onde quero chegar. Há um piloto cuja equipe inteira trabalha para ele. O dono do pedaço, o rei de Maranello, príncipe das Astúrias. Se há alguém com apoio incondicional para ser campeão é Alonso. Mas pelo menos duas das pistas que faltam não devem favorecer a Ferrari – Coreia e Abu Dhabi. Vai ser uma final de temporada e tanto!

9. Este ano vimos um episódio envolvendo o jogo de equipe que mexeu novamente com a estrutura da F1. O que você acha que pode ser feito, uma vez isto acontece desde o início da categoria?
Eu me sentiria menos desconfortável com esta prática se ela fosse transparente, assumida pelas equipes. Sinto-me mais ofendida com as dissimulações do jogo de equipe do que com o jogo de equipe em si. Há esportes – o ciclismo, por exemplo – em que isso é institucionalizado. Há um atleta pelo qual a equipe inteira compete, e todos que assistem sabem que é assim. E os atletas que o suportam não fazem de conta que estão lá para outra coisa que não ajudar a equipe. Transparência já!

10. Como é a sua rotina de trabalho nas rádios Bandeirantes AM e BandNews FM, em um dia de transmissão da F-1?
A transmissão normalmente começa quarenta minutos antes da prova, o que significa, na maioria das vezes, estar no ar às 8h20. Costumo chegar à rádio por volta das 8h e tenho um prazer especial nisso – andar por São Paulo sem trânsito. O trajeto que faço em menos de meia hora, da minha casa à rádio, poderia consumir mais do dobro disso em um dia útil. No estúdio da BandNews FM, ficamos Odinei Edson, Fábio Seixas, Jan Balder, eu e o locutor/operador da rádio, que opera a mesa. Assistimos às corridas em monitores colocados dentro do estúdio. Cada um de nós também segue a prova pelo “live timing” da Fórmula 1. Eu ainda me comunico com seguidores via Twitter e também com colegas jornalistas por meio de um programa de mensagens instantâneas. Trocamos informações, lemos mensagens, enfim, estimulando a interação.

11. O que você pensa sobre Fernando Alonso? Você acredita que ele é o melhor piloto da atualidade na F-1?
Gosto muito do estilo de pilotagem do espanhol. É técnico, preciso, rápido, erra pouco e, pelo que consta, um trabalhador dedicado. Não foi à toa que a Ferrari preferiu pagar uma multa pesada a Kimi Raikkonen para ter Alonso no lugar dele. Alonso tem sido muito criticado por seu caráter, desde o episódio da espionagem envolvendo McLaren e Ferrari. É daquela classe de esportistas que quer vencer a qualquer custo, e não é o primeiro da Fórmula 1 com essas características. Mas, sejamos realistas, precisa voltar a ganhar um título logo. Amargou três campeonatos seguidos sem ser campeão. Isso deve ser uma forma de pressão enorme que ele mesmo se impõe. Enquanto não vence, vê pilotos como Lewis Hamilton e Sebastian Vettel amadurecendo.

12. O duelo Nico Rosberg x Michael Schumacher vem mostrando que a vida do heptacampeão não tem sido fácil em seu regresso à categoria. Como você analisa este retorno? Acredita que Schumacher continuará nos próximos anos?
Antes de criticar Schumacher e de debochar de sua volta, acho que vale a pena pensar que ele mesmo deve estar pouco se importando com isso! A impressão que eu tenho de Schumacher é de um sujeito que não se diverte de outra forma que não seja dentro de uma pista. Ele se arriscou em competições de moto, viu o quanto era perigoso e deve ter pensado: “Não tenho mais o que provar e é isso que gosto de fazer. Portanto, vou fazê-lo no lugar mais seguro – a Fórmula 1.” Mas é claro que a idade dele pesa em termos de reflexos e de condicionamento físico. E é claro, também, que Schumacher pegou de volta uma Fórmula 1 bem diferente da que deixou – sem controle de tração, sem vários comandos que tornavam o carro menos indócil. Ele teve de se readaptar, mas não vejo que isso seja um problema para ele. E não duvido que a Mercedes venha forte em 2011 e que ele se reencontre com a vitória. Não cravo, hoje, que seu tempo acabou.

13. Kimi Räikkönen deixou a F-1 e está se aventurando pelo mundo do rali. Você acredita na possibilidade do retorno do finlandês em 2011?
Acredito e, pelo tanto que ele bateu no rali neste ano, começo a achar que ele quer muito voltar. Seria ótimo para a Fórmula 1 e para ele também, que ainda é muito jovem para parar de competir e, de verdade, rali não parece ser a vocação dele.

14. Se você fosse chefe de uma equipe de Fórmula 1 e pudesse contratar dois pilotos que fazem parte do Octeto Racing Team (Kimi Räikkönen, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Jenson Button, Nico Rosberg, Jarno Trulli, Jacques Villeneuve, Juan Pablo Montoya ou David Coulthard), qual seria a sua dupla e por quê?
Difícil, hein?! Vou por eliminação. Os quatro últimos já estão velhinhos, então ficam fora. Raikkonen é ótimo piloto, mas é meio desplugado do mundo, parece ser um cara difícil de se lidar. O que nos deixa com Alonso, Vettel, Button e Rosberg. Alonso é um piloto intransitivo, daqueles que não admitem dividir espaço na equipe. Nesse sentido, acho que ele detonaria jovens talentos como Vettel e Rosberg. Não posso conceber ter Fernando Alonso à mão e não optar por ele. Assim, minha escolha seria Alonso e Button. O inglês tem provado que sabe dividir o espaço com outro campeão mundial neste ano. Acho que seria uma dupla de pilotos consistentes, que erram pouco. Mas eu ia ter de ser uma tremenda diplomata para conter os ímpetos bélicos do espanhol!

15. Como torcedora do Corinthians, como você vê a atuação do clube no automobilismo, em categorias como a Stock Car e a SuperLeague Formula?
Não consigo me envolver nesse tipo de categoria como torcedora do Corinthians. Acho que a presença do sagrado escudo e do manto alvinegro nesses carros é mais um uso de marca do que do time em si. Em geral, essas misturas de esporte não me comovem muito...

Quero encerrar o Octeto Entrevista de hoje agradecendo de coração a Alessandra Alves por ter dedicado um tempo do seu dia para participar do nosso blog. Foi um imenso prazer recebê-la no nosso espaço cor-de-rosa!!! Obrigada Alessandra!

Beijinhos, Ice-Ludy

Comentários

Sami disse…
Nossa amei ler essa entrevista com a Alessandra Alves. Eu lembro na faculdade quando me falavam que quase não existia mulher cobrindo a F1 eu sempre citava o nome da Alessandra. Me espelhei mto nela.
Parabéns pela entrevista Ludy!
Unknown disse…
esclarecedora, muito boa!!! Alessandra deveria dar aula de imparcialidade para muito marmanjo que acha que entende de f1! pensamento racional e profundo! sem patriotada!!! nota 10!!! valeu ludy pelo presente!
Anônimo disse…
Adorei a entrevista da Alessandra Alves - ela coloca muito marmanjo do ramo no chinelo ao expor seu ponto de vista de maneira precisa e coerente!

Valeu pela entrevista, Ludy!

BJs
Julie
Show de bola a entrevista!!! Adoreii... hehehe

Obrigada a Alessandra Alves por ter participado do nosso Octeto!! De verdade... muitooo legal!!!

AH! E claro que concordo com a escolha dela por Alonso na dupla de Octetes... rs

Bjinhussss, Tati

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