O "Deus" da Renault

"Precisava mudar tudo na minha vida", afirma Piquet

Em uma longa entrevista ao jornalista Livio Oricchio, do jornal "O Estado de S.Paulo", Nelsinho Piquet afirmou que a ida para a Nascar foi uma decisão necessária em sua vida.

Seis meses após o escândalo que marcou sua carreira, o brasileiro confessa: não suporta mais ouvir sobre o acidente premeditado no GP de Cingapura de 2008, cujas consequências resultaram na vitória de Fernando Alonso.

"Precisava mudar tudo na minha vida, não aguentava mais tanta gente falando de Cingapura, até a minha própria mãe. Chega. Errei, me arrependi profundamente, mas não posso me martirizar mais por isso", afirmou.

"Para muita gente a vida acabou para mim", continuou. "O que posso dizer é que a minha vida apenas começou, tenho 24 anos. Ao ver que eu estou hoje feliz, o que não era quando corria na F-1, meu pai da mesma forma se sente bem."

Nelsinho disputará em 2010 a Truck Series, penúltimo degrau de acesso à divisão principal da Nascar. "A cada dia vejo que tomei a decisão certa. Eu me sinto feliz de novo. Cerca de 90% do que ganhamos vêm dos prêmios e da porcentagem dos investimentos em patrocínio. O salário é apenas 10%. Na Europa é exatamente o oposto."

Sobre Flavio Briatore, Nelsinho disse não se incomodar com as ameaças de processo feitas pelo dirigente italiano, que foi banido da F-1, mas recuperou o direito de trabalhar na justiça comum. "Ele é que sabe. Nós temos muito mais bala, e de calibre pesado, para incriminá-lo."

Para o brasileiro, o que mais influenciou em sua passagem na F-1 foi correr em uma equipe que estava montada para trabalhar em torno do companheiro de equipe: "Não sei se foi erro ou azar. Mas dividir a equipe com o Fernando Alonso, uma espécie de Deus na Renault, fez com que todas as atenções se concentrassem nele."

Por fim, Piquet revelou que teve propostas para voltar à F-1: "As portas não estão fechadas para mim. Em dezembro, o próprio Bernie Ecclestone me telefonou para dizer que o Zoran Stefanovich me queria no seu time, o Stefan GP. Conversamos muito. Mas depois resolvi correr nos Estados Unidos."

(fonte: Tazio)

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E entrevista está postada no Blog do Lívio, link aqui

Hahahahaha... Olha, ultimamente tem sido colocada a prova por todos os lados! Mas promete a todos que meu estoque de paciência deve durar até as primeiras corridas do campeonato. Portanto, podem ficar tranquilos ... hehehe

Porém, todavia, entretanto ... rs ... apesar do estoque ser suficiente para aguentar até o Bahrein, não vou deixar de comentar as declarações de Nelsinho Piquet. Não vou deixar uma oportunidade desta passar em branco... rs

Não vou falar nada de Cingapura ou sobre a Guerra Briatore X Piquets. Isso para mim não importa mais, a parte que me interessa nesta questão está em outra, seguiu em frente! Estes 3 que se entendam ou se matem...

Vou falar exclusivamente deste trecho da entrevista:

"Não sei se foi erro ou azar. Mas dividir a equipe com o Fernando Alonso, uma espécie de Deus na Renault, fez com que todas as atenções se concentrassem nele."

Vamos lá ...

Na minha visão, de espectadora (deixando isso claro! Não sou comentarista e nem dona da razão!), Nelsinho Piquet tem um problema sério como piloto de corridas: é simplesmente ruim de braço. Ponto final! Ele perto do Alonso, Kovalainen, Nakajima ou qualquer outro piloto, levaria tempo, voltas e coisas do tipo! Ele não tem velocidade, não tem cabeça de aguentar a pressão de ser um piloto de F1, não tem braço... simples assim! O fato de ser companheiro de Alonso só acelerou o processo. Estar ao lado do melhor, não deve ser fácil mesmo... afinal, você é colocado a prova o tempo todo... comparado ao melhor a todo instante! Mas fazer o que? Na F1 é assim que funciona... se ele não queria passar por isso, que ficasse em casa ou pedisse para o papai Piquet criar uma equipe para ele pudesse correr sem pressão, não é mesmo!?

Bom, agora cheguei ao ponto que eu queria...

Na declaração ele disse: " o Fernando Alonso, uma espécie de Deus na Renault".

Sim... ele tem razão! Talvez seja por isso que tenho tanto carinho pela Renault, porque lá sei que admiram e respeitam o Alonso de verdade.

Mas eu também pergunto a vocês: Isso foi por acaso? Foi por que Alonso "comprou" a equipe inteira? Foi por que Briatore mandou/obrigou todos da equipe idolatrá-lo?

Hum... acho que não!

Ao contrário do Nelsinho, Fernando Alonso NUNCA teve sobrenome famoso, nunca teva nada de mão beijada, nunca teve o papai rico montando equipe para ele correr. Tudo que piloto asturiano conquistou desde os 3 aninhos, lá atrás em Oviedo, foi através do seu talento e trabalho.

Ele teve que deixar sua casa ainda jovem, ficar longe dos pais para poder dar continuidade ao seu sonho de ser piloto de kart. Sempre precisou de ajuda dos outros e, principalmente, precisava VENCER para continuar competindo (isso não é exclusidade dele, com a maioria dos meninos que tentam a vida neste esporte, funciona desta maneira. Uma coisa cruel para meninos tão pequenos...). Fernando era piloto e também mecânico. Estudava e trabalhava, e o mais importante, vencia!

Eis que chegou o momento de estrear na F1. Alguém o conhecia? Não... ele precisou mostrar serviço, assim como a maioria dos pilotos que chegam a F1, porque na categoria não há moleza ou folga.

Ficou como piloto de testes por um ano na Renault, e foi a partir daí que começou a sua caminhada para tornar-se "Deus" na equipe Francesa. Isso foi lá em 2002. Quando o time era o resto da antiga Benetton do bicampeão Michael Schumacher, e que tentava voltar ao topo, agora como RENAULT F1 TEAM.

Foi lá que tudo começou, foi com o esforço dele e do time que conseguiram pódios e a mágica vitória em 2003. Depois mais pódios em 2004 e finalmente os títulos em 2005 e 2006. Tudo isso foi conquistado através de um TRABALHO, sempre JUNTOS! Não foi só o Alonso que ganhou, nem somente a Renault... foi o TIME... Team Spirit !

Acredito que só uma coisa seja exclusiva do Alonso. Explico. Imagino que existam vários tipos de pilotos, cito dois: aquele em que colocamos muita expectativa e ele não corresponde e aquele em que colocamos muita expectativa, e ele corresponde. Esta segunda opção é o caso do espanhol.

Sabe por que a Renault sentirá falta do seu "Deus"? Porque havia confiança! Os engenheiros e mecânicos tinham consciência que se trabalhassem duro e dessem um carro bom para o cara, Alonso faria 110% para vencer e lutar por um bom resultado. Eles acreditavam no piloto e sabiam que o bicampeão comepensaria todo e qualquer esforço. Cingapura ano passado foi o exemplo claro disso. Foi nosso único e sofrido pódio de 2009. Foi no lugar que tinha que ser! Foi a despedida, foi início do adeus!

O Alonso "Deus da Renault" é resultado de 7 anos, eu disse ... 7 anos de trabalho e dedicação de um piloto que chegou a F1, sem sobrenome ou pai famoso. Chegou através do talento, que foi confirmado com dois justos e honestos títulos mundiais.

Malásia, 2003

Sr. José Luis nunca precisou criar equipes para o seu filho correr. A única coisa fez foi dar a Fernando um kart. Depois disso, deu somente apoio e carinho. É que no fundo, ele sabia que seu filho não precisava de muito mais, ele tinha consciência que o filho possuia talento e determinação suficientes para conquistar tudo sozinho! E Sr. José Luis estava certo!

Talvez esta seja a grande diferença, ou erro/azar (citados pelo brasileiro), entre Alonso e Nelsinho Piquet.

Além do fato também, de Alonso estar em uma equipe como a Ferrari e ser bicampeão, e Piquetzinho lá longe ... tentando "refazer" sua vida na terra do Tio Sam.

Bom, não preciso falar mais! Sorte para Nelsinho Piquet, que ele reconstrua a sua vida nos EUA e quem sabe, tenha a oportunidade de um dia ser um pouquinho do que Alonso foi, e ainda é, na história da Renault. Se ele conseguir isso, já poderá sentir-se realizado...

Bjinhos, Tati