Muito o que aprender

Nesta quinta-feira, em um hotel na cidade de São Paulo, Lucas di Grassi teve seu primeiro encontro com a imprensa brasileira como piloto oficial da equipe Virgin Manor na F-1.

Na entrevista concorrida, com a presença de mais de 50 jornalistas de todo o país, o brasileiro teve bastante paciência e passou quase uma hora respondendo às mais variadas perguntas. Entre diversos assuntos, Lucas disse não se incomodar com o assédio do público, que costuma cobrar bastante, pois está focado no trabalho. "Meu objetivo é ter resultado".

Ao mesmo tempo, o piloto de 25 anos reconheceu que ainda precisa aprender bastante. "Tenho muito o que evoluir, e quero fazer isso com a Virgin. Nunca vou dar um passo maior que a perna".

Por fim, Lucas também destacou as metas da equipe, que pretende ter sucesso em um espaço de cinco anos, falou sobre o novo sistema computadorizado que o time está usando para desenvolver o carro sem túnel de vento [chamado de CFD], e comentou a satisfação de estar próximo de realizar o maior sonho. "Venho me preparando e tenho sido preparado para chegar a esse momento", disse.

Confira os principais tópicos da entrevista:

Pressão do público e da imprensa

"O assédio dos fãs e o interesse da F-1 no Brasil é excepcional e superpositivo. É o reconhecimento do grupo pelo nosso trabalho. quanto mais pessoas torcerem e forem atrás de F-1, melhor. No ano que vem, com quatro brasileiros, isso vai dar uma força. A gente teve dois pilotos brasileiros diferentes disputando o título em 2008 e 2009, e o Brasil sempre esteve na ponta, na elite, nesse esporte. Se tiver um resultado tão bom quanto eles e um retorno tão bom, acho que vai ser maravilhoso e um ótimo acontecimento para minha carreira. Meu objetivo é ter resultado."

Convivência com os outros brasileiros

"Vai ter uma disputa com o Bruno [Senna], que é muito meu amigo, como com os outros 24 do grid. Quando estamos na pista é cada um por si. Vou lutar com ele e com outros da mesma forma. Nossa performance está muito relacionada ao carro que a gente vai guiar."

Metas da equipe

"O plano da equipe é ter sucesso entre três a cinco anos. Se o sucesso virá antes ou depois, é uma questão de como as coisas serão feitas. A equipe montou um plano de trabalho que será ótimo quando o budget limitado entrar na F-1. Se ano que vem a equipe estiver disputando com outras maiores, ótimo, senão vamos trabalhar para melhorar."

"Eles não estão na F-1 para fazer política. Estão para correr. Este é um esporte."

Metas pessoais

"Ainda tenho muito o que provar e melhorar como pessoa e como piloto. Não acho que estou na melhor performance. Tenho muito o que evoluir, e quero fazer isso com a Virgin. Nunca tracei meta na minha carreira. Comecei a correr de kart pelo fato de gostar, e gosto até hoje. Sempre procuro tirar a melhor performance de cada elemento do carro. No fim do ano, vou olhar para trás e falar: me preparei da melhor forma possível na parte psicológica e técnica. Não houve um momento que poderia ter feito a mais."

"Ontem já passei o dia inteiro no simulador, que é um dos melhores do mundo. os trabalhos já começaram. Não vou estabelecer metas, mas fazer tudo da melhor forma possível. Tudo o que foi possível para conseguir o resultado foi feito."

"Conseguir ser rápido e constante tanto na classificação e se adaptar 100% para o começo da corrida é um grande desafio para mim como piloto, e essa nossa ferramenta vai ajudar nessa adaptação."

"Nunca vou dar um passo maior que a perna. Testar dez dias nesses dois anos me deu uma base boa para poder ficar a longo prazo. Agora me sinto em uma condição de que estou preparado. O simulador vai dar condição de me desenvolver e conhecer pistas que não conheço e nunca andei, para me dar a oportunidade de chegar nas pistas um nível acima."

Construção do carro por meio do CFD

"Pelo que conversei com os engenheiros da equipe, Nick Wirth desenvolveu um carro vencedor na ALMS, e estou confiante de que o carro será produzido da melhor forma possível, mas sua qualidade depende dos outros carros."

"Essa é uma tecnologia benéfica em todos os valores. Para uma equipe com budget limitado e tendo de fazer um carro em seis meses, tenho a maior confiança que esse é o melhor sistema e não só eu como todos chegaram a essa conclusão. Acredito neles e estou confiando neles."

Satisfação por chegar à F-1

"A F-1 não acontece de um dia para o outro. Venho me preparando e tenho sido preparado para chegar a esse momento. Fui passo a passo, fiz F-3, fiz GP2, fui piloto de testes, reserva... Agora preciso me preparar para o próximo desafio. Estou acostumado com isso. A F-1 é um mundo diferente e esses dois anos como piloto de testes, ouvindo os pilotos no rádio, saber a diferença de um e outro, o que acontece, ter participado de reuniões, isso prepara o outro lado, que é a parte psicologica. Ter a parte psicológica ruim te afeta na pista."

Fonte: Tazio

Sabe o que mais me impressionada em Lucas e Bruno? A serenidade com que os dois falam sobre suas oportunidades na F-1. Eles são centrados, ambos têm os pés no chão, são serenos. Eu gosto disto, e sinceramente, torço para que os dois tenham muito sucesso em suas carreiras!

Beijinhos, Ice-Ludy

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