"Senna" recebe prêmio em Sundance

Festival de Sundance premia documentário "Senna"

Longa metragem sobre vida do brasileiro será exibido mundialmente em 2011

O documentário "Senna", longa metragem que aborda a vida do brasileiro tricampeão mundial de F-1, recebeu um prêmio no Festival Sundance, em Utah, nos Estados Unidos.

O filme, lançado apenas no Japão e no Brasil no ano passado, teve ótima audiência nesses países e será exibido mundialmente a partir deste ano.

O diretor do filme, o indiano Asif Kapadia, comemorou bastante o prêmio recebido. "Isso é maravilhoso, muito obrigado. Este festival reacendeu minha fé em premiações deste tipo", comemorou.

Confira o trailer do filme logo abaixo:

Tanta coisa aconteceu que eu simplesmente esqueci de fazer um post sobre este filme depois que o vi, em novembro do ano passado.

Para os fãs ou admiradores de Senna, como eu, é uma obrigação. É muito bom rever alguns momentos, relembrar tantas coisas boas e também conhecer um pouco mais da F1 (que não mudou nada, os bastidores deste lugar e os interesses de seus dirigentes são tão sujos e mal intencionados como agora). Outra coisa super legal é ver personagens que a gente conhece há anos, mas quando novos, alguns começando na F1, outros no meio de suas carreiras, é muito bacana.

Já para quem não gosta de Ayrton, se quiserem ver, eu acho que vale a pena também. Senna nunca foi perfeito, como nenhum de nós é, mais acho que o documentário deixa isto claro, por isto eu gostei. Então, vai da decisão de vocês.

Também queria dizer que hoje, eu Ludmila, assisti a um documentário deste com outros olhos, não estava ali como apenas alguém que admirou Senna, mas uma seguidora da F1, e muitas, mas muitas daquelas situações me pareceram similares aos momentos vividos como torcedora de Jacques Villeneuve e Kimi Räikkönen, para o bem e para o mal. Como tenho certeza que muitos outros torcedores de outros pilotos também viram similaridades. A F1 é um ciclo vicioso que não muda em nada, passem os anos que passarem.

Uma outra coisa que ficou na minha cabeça depois que vi este filme foi, tem gente que assistiu ou vai assistir a este documentário e jamais viu Senna correr de verdade, e isto é muito louco, porque eu vi e eu relembro de tudo. É uma memória de uma parte da minha vida.

Eu vi esta história sendo escrita e saí do cinema emocionada, feliz, mas também triste. Emocionada porque é Ayrton Senna, o único piloto brasileiro pelo qual torci de coração (não vi Emerson, nem Piquet, ainda era muito criança), foi com ele que tudo começou para mim na F1 e porque é realmente emocionante rever Senna novamente na pista, mesmo que em um filme.

Feliz, porque eu fiz parte desta história, eu o vi em ação, eu vibrei e chorei com ele e eu sei que mesmo com todos os seus defeitos (que é comum a todos os seres humanos) não se pode nunca negar sua importância para o automobilismo brasileiro e mundial.

E triste por razões óbvias, eu sinto falta de Senna nas pistas, não foi justo ele ter tido aquele fim (como não é justo com ninguém, é claro), e o mais grave de tudo para mim, eu sinto falta da sensação de ser feliz ao ver um piloto do meu país vencer, realmente sinto, porque desde Senna, tudo na F1 para mim não tem mais nenhuma relação com o Brasil, foi natural, não intencional, mas hoje, também não acho isto ruim.

Se um dia um piloto brasileiro me cativar novamente, será pelo seu talento, não por ele ser meu compatriota, isto não importa mais. O que vale é o talento. Então acho que no fundo mesmo, a tristeza que senti depois de ver o documentário, por menor que tenha sido, foi mesmo saudade daquele brasileiro em específico, Ayrton Senna.

Beijinhos, Ludy